Missão por um lugar seguro

segunda-feira, 07 de novembro de 2016
por Jornal A Voz da Serra

DURANTE A CAMPANHA eleitoral, o prefeito eleito Renato Bravo mostrou disposição em cuidar do drama quase insolúvel da falta de moradias no município. Em Nova Friburgo a carência habitacional vem bem antes da tragédia de 2011, pois não há imóveis disponíveis para atender a população. Nem o aluguel social — que hoje periga — consegue responder a esta dificuldade, tornando a busca por um lugar seguro uma tarefa inglória.

POR NÃO EXISTIR uma política habitacional no município, muitos imóveis foram construídos em áreas de risco e que hoje sofrem as consequências. Inúmeras tragédias já ocorreram e estamos mal recuperados de outra que ressaltam a importância deste drama que atinge boa parte das cidades do Estado do Rio. O governo estadual admitiu a alta periculosidade dos morros e encostas no estado e criou um plano de remoção de famílias que vivem nestas arriscadas áreas. Nova Friburgo, duramente atingida em seus morros e encostas, necessita de atenção especial.

NEM TUDO É FÁCIL para moradores das cidades que constroem sem um devido planejamento urbano, permitem o adensamento populacional em áreas de risco e não tomam providências para conter este avanço perigoso. O saldo de mortes ocorridas na Região Serrana foi um triste aviso da natureza, mas pouquíssimas cidades se preocupam devidamente com os danos que podem advir com as construções irregulares.

A DEFESA CIVIL fez conhecer as inúmeras áreas consideradas perigosas e que exigem uma atuação firme das autoridades. A previsão de chuvas no verão fluminense leva o governo a montar planos para oferecer tal cobertura à população. Para os friburguenses a operação ganhou relevância, e o órgão continua prestando um eficiente serviço à comunidade em diversas ocasiões.

EMBORA EXISTA um aparato preventivo, é preciso estabelecer uma política consistente sobre o uso do solo. Este é um problema de todos e é importante rever as construções em locais perigosos. Se a prefeitura agir assim, estará em sintonia com o governo estadual, que quer mudar a política de ocupação no Rio, estabelecendo limites ecológicos e físicos para impedir o crescimento exagerado de algumas áreas. O momento é de atualizar os conceitos e buscar ações eficazes e duradouras. Antes que outra tragédia venha tirar o sonho — e a vida — de muita gente.

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