Efetivar profissionais da casa no comando técnico do time principal tornou-se uma alternativa para muitos clubes no Brasil, e no Rio de Janeiro não tem sido diferente. Recentemente Flamengo e Botafogo aderiram à estratégia, priorizando treinadores da casa que já conhecem elenco e filosofia de trabalho. O Friburguense segue pelo mesmo caminho, e escolheu Merica para dirigir o Tricolor da Serra na Copa Rio a partir desta quarta-feira,17, quando a equipe estreia diante do Goytacaz, às 19h30, no Eduardo Guinle.
“Larguei uma secretaria de esportes e uma escolinha na minha cidade (Recreio-MG) para buscar isso: começar a trabalhar com o juvenil do Friburguense. A minha expectativa sempre foi chegar ao profissional, mas não esperava que fosse acontecer tão rápido. Os resultados na base foram bons, e acho que por isso consegui essa oportunidade”, avalia.
Merica refere-se às campanhas do sub-17 no campeonato carioca e do vice-campeonato do sub-20 no Torneio Otávio Pinto Guimarães (OPG). Credenciado pelos bons trabalhos, foi auxiliar de Gerson Andreotti no estadual deste ano. De ambos os trabalhos que participou, ficaram uma boa base e alguns espaços para serem preenchidos pelos garotos das divisões de base. Essa mescla é exatamente a aposta do clube para o segundo semestre.
“Meu pensamento é sempre o título. Falei isso para os garotos no juvenil e para os juniores no ano passado. Assim, conseguimos chegar à final do OPG, deixando grandes clubes do Rio para trás e alcançando o segundo lugar. Temos uma base forte do profissional, e juntamos uma garotada muito boa da base. Um exemplo é o Ricardinho, lateral, que vem atuando como titular”, observa o novo técnico do Frizão.
À beira do campo, Merica preserva um pouco das características da época de jogador. Vibrante, costuma gritar bastante para corrigir erros e passar informações. Desta forma, ele afirma que pretende contagiar o time e torná-lo ainda mais aguerrido, já pensando também na segunda divisão do estadual, que será o principal desafio do clube na próxima temporada.
“O time vai ter mais a minha cara quando eu jogava. Um pouco mais aguerrido, com uma pegada mais forte. Temos que saber que estamos numa segunda divisão de campeonato carioca, e para tentar voltar à elite, temos que batalhar muito. Cada jogo é uma guerra. Eu jogo muito com o time. Costumo dizer que, às vezes, saio mais cansado que quando eu jogava. Isso é bom. Quando o jogador observa o treinador orientando, passando alguma informação, isso contagia”, acredita Merica.
Sobre o adversário desta quarta-feira, Merica afirma conhecer pouco. No entanto, sem perder o foco no rival, o treinador promete bom repertório de jogadas ensaiadas como arma nesta Copa Rio — característica de suas equipes na base tricolor. “Não conheço muito, mas eles mudaram bastante em relação à segunda divisão. Devem vir com uma equipe modificada. Nós tivemos uma semana cheia de treinos, e conseguimos treinar muitas jogadas ensaiadas e bolas paradas. Fizemos muitos gols assim no juvenil e no OPG, e espero que possamos ter sucesso também no profissional”, torce Merica.
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