Lixo e falta de educação: uma combinação desastrosa

Os caminhões coletores passam regularmente, mas nem sempre os cidadãos cumprem seu papel e descartam o lixo irregularmente. Condomínios, lojas e repartições públicas devem acondicionar seus lixos antes de colocar nas calçadas
sábado, 02 de maio de 2015
por Jornal A Voz da Serra
É preciso fiscalizar, mas o lixo é responsabilidade de todos (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)
É preciso fiscalizar, mas o lixo é responsabilidade de todos (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

Preste atenção: Se você é o tipo de pessoa que descarta lixo de qualquer jeito nas ruas, se deixa o cocô do seu cachorro nas calçadas, se joga embalagens de suas lojas e escritórios em volta de postes, saiba que, de alguma forma, esse lixo vai voltar para a sua casa, sua loja, sua empresa. De várias maneiras. Quando alguém de sua família contrair dengue ou outras doenças, ou água contaminada retornar pelo seu ralo ou transbordar no vaso sanitário, não reclame, não saia culpando Deus e o mundo. Você é responsável pelos seus atos, você está colhendo o que plantou. Portanto, tome tenência. Para o indivíduo que resiste em mudar de comportamento, eu até recomendaria, a título de apoio, a adoção “personalizada” de um TAC — Termo de Ajustamento de Conduta — para se conscientizar que ruas e calçadas são extensões de nossas casas. 

Lixo é uma responsabilidade de todos nós, e incluímos aí os agentes públicos que administram nossa cidade. Infelizmente, apesar de incontáveis campanhas, há décadas, uma grande parcela da população ainda tem o péssimo hábito de jogar lixo nas ruas, mesmo tendo uma lixeira ao seu lado. Deitamos falação sobre problemas ambientais e nos metemos a debater e fazer discursos inflamados quando a natureza se revolta, expelindo fogo pelas “ventas” (vulcões), nos afogando com ondas gigantescas (tsunamis), abrindo o chão sob nossos pés (terremotos). Ficamos em estado de choque, paralisados, quando a natureza emite sinais, grita por socorro. Nem tudo é culpa nossa, fenômenos naturais sempre aconteceram, têm a mesma idade da Terra. Mas temos contribuído em larga escala para o aprofundamento da destruição que nos assola mundo afora.  

Devemos lembrar que enchentes ocorrem diante das obstruções das galerias de águas pluviais, transbordamento de rios, geralmente devido a erosão de morros, que é uma consequência da ausência da mata ciliar, e traz consigo, alem de grandes danos, lama, lixo e esgoto que acarretam doenças como leptospirose, cólera, diarreias e hepatites. Urge uma reeducação generalizada de nossos hábitos, como, no mínimo, pensar duas vezes antes de jogarmos um simples e aparentemente inofensivo papelzinho de bala na rua. Imaginem quantos desses papeizinhos não ficam pelas calçadas, considerando a multidão que come enquanto caminha...  

Desde 2013 quem joga lixo nas ruas do Rio é multado 

Que tal fazer o mesmo em Nova Friburgo? No primeiro ano da campanha Lixo Zero nas ruas do Rio de Janeiro, mais de 57 mil multas foram aplicadas, sendo que 17.288 foram pagas e 20 mil cidadãos que não pagaram estão com o nome sujo no Serasa. A maior parte das infrações (mais de 32 mil) é por descarte de pequenos resíduos, como bitucas de cigarro e pedaços de embalagens e papel. 

Segundo a Prefeitura do Rio, 150 pessoas são multadas por dia na cidade e 400 fiscais atuam em 97 bairros cariocas. Depois das bitucas, os principais problemas verificados no Rio no primeiro ano de vigência do programa foi a disposição irregular de resíduos de restaurantes e shoppings, lixo doméstico mal acondicionado e/ou colocado fora dos horários de coleta. E foi exatamente essa prática, o descarte de saquinhos de supermercado com lixo orgânico na esquina da Avenida Ariosto Bento de Mello com Rua Prefeito Eugênio Müller, que flagramos. 

A EBMA (Empresa Brasileira de Meio Ambiente), concessionária responsável pela coleta do nosso lixo, passa regularmente, duas vezes ao dia, para cumprir o seu papel. Os horários são de conhecimento da população, que procura, ordeiramente, depositar o lixo a tempo de ser recolhido. De maneira geral, o serviço prestado não tem sido questionado. O problema está no acondicionamento, como bem mostram as fotos feitas na manhã de quinta-feira, precisamente às 10h15 e que ilustram essa matéria. Não cabe à EBMA fiscalizar, muito menos multar. É função da Prefeitura? Se não temos ainda uma lei nesse sentido, seria bom que nossos legisladores tomassem providências nesse sentido. Fica a sugestão. 

  • O mau hábito que causa graves consequências. É preciso fiscalizar, mas o lixo é responsabilidade de todos (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

    O mau hábito que causa graves consequências. É preciso fiscalizar, mas o lixo é responsabilidade de todos (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

  • O mau hábito que causa graves consequências. É preciso fiscalizar, mas o lixo é responsabilidade de todos (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

    O mau hábito que causa graves consequências. É preciso fiscalizar, mas o lixo é responsabilidade de todos (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

  • O mau hábito que causa graves consequências. É preciso fiscalizar, mas o lixo é responsabilidade de todos (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

    O mau hábito que causa graves consequências. É preciso fiscalizar, mas o lixo é responsabilidade de todos (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

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