Laje amplia espaço, incrementa atividades e abre as portas para a comunidade

Cultura, arte, biblioteca, cafeteria, novos eventos, projetos em andamento
sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
por Ana Borges
(Fotos da matéria: Regina Lo Bianco)
(Fotos da matéria: Regina Lo Bianco)

“O Laje [Lar Abrigo Amor a Jesus], além da ótima equipe de funcionários, tem um grande número de voluntários. Nos últimos dois anos investimos em infraestrutura para então iniciar outras reformas, e uma delas tem a ver com o pessoal, cujas funções precisam ser melhor definidas, para aproveitamento mais racional dessas pessoas, através da implantação de algumas rotinas”, disse o vice-presidente da instituição, Francisco Folhadella.   

Um dos projetos que vêm se destacando e precisando de apoio mais consistente é o Laje Cultural — que propõe ações artísticas de todos os gêneros —, cuja menina dos olhos é a sua impressionante biblioteca. Instalada num novo prédio, naturalmente iluminado e bem-arejado, a construção conta com diversas salas, cafeteria, varanda, espaço para leitura e bate-papos e banheiros. O acervo está estimado em 20 mil livros, dentre os quais se encontram literatura do mundo todo, em edições especiais — francês, espanhol, inglês, alemão —, publicações do século 19, dentre outras curiosidades. Da literatura brasileira, tem tudo, desde Machado de Assis (em inúmeras edições, desde as mais antigas) à última obra de Elio Gaspari, só para citar alguns de nossos mestres. 

Nesta biblioteca, há milhares de livros novos, muitos recém-lançados, outros usados, uns mais, outros menos, mas todos em boas condições. Não faltam os didáticos de diversas disciplinas. Na varanda, logo na entrada, avistamos pilhas de centenas deles doados recentemente, a serem catalogados. A biblioteca vende seus livros também para o site Estante Virtual, e no mês passado faturou R$ 1.600. Pode parecer pouco, mas há que se considerar o seguinte: grande parte dos livros é vendida por R$ 10; outros custam apenas três ou cinco reais. Tem também DVDs, LPs e CDs.

“É comum recebermos livros de uma biblioteca inteira, organizada ao longo de uma vida, geralmente doada pela família de um parente falecido. Ou simplesmente de pessoas que gostam de ler, que estão sempre comprando os novos lançamentos, mas, por razões diversas, não querem mais guardar em casa. Então, depois que leem, passam adiante, e muitos são enviados para cá”, explicou a professora Kátia Pontes, da diretoria da entidade.  

Novos tempos, novos caminhos

A meta agora, segundo Francisco, é alavancar o Laje Cultural. Daí a importância da parceria com artistas e entidades culturais, e a obtenção de subvenções. “Queremos ter o direito de pleitear verbas da secretaria [estadual] de Educação e Cultura. O Wanderson [Nogueira, deputado estadual] tem nos orientado sobre os trâmites da burocracia para entrar com o pedido na Alerj. Para isso, precisamos de projeção, divulgação na mídia dos eventos que promovemos, para mostrar que temos condição de desenvolver projetos culturais”, explicou, sem esquecer dos 200 anos de Friburgo: “Queremos participar desse evento, em 2018, e também colaborar nesse legado que se pretende deixar para a cidade”.  

Ainda de acordo com ele, não haverá uma simples e direta transferência de dinheiro do Laje Cultural para o abrigo. “Até porque, temos a plena convicção de que o repasse das subvenções tem um destino certo, não podem ser desviadas para outros fins, assim como acontece com as verbas destinadas à alimentação, obras, remédios. Mas através das atividades culturais, pretendemos conquistar novos sócios, mostrar mais nossa instituição para a comunidade, ampliar nossos horizontes com esse novo tempo que estamos começando no Laje. Com os eventos, festivais, brechó (de novos e usados), fabricação de fraldas geriátricas, reciclagem, esperamos retorno financeiro para, aí sim, poder ajudar no Lar, como um todo”, ressaltou.       

Caminhando pelas alamedas do Laje, Francisco mostrou que há espaço para projetos de expansão do uso do terreno para recreação infantil, já que a entidade pretende oferecer lazer para toda a família. “Queremos que as crianças tenham um lugar especial para elas, para brincar. Enquanto os pais conversam, leem, se distraem com outras coisas, os pequenos estarão brincando num lugar seguro, limpo e agradável, à vista de todos. Por isso, insisto, cada vez mais precisamos de parcerias, doações de todos os tipos, inclusive, no caso desse novo ‘parquinho’, de um balanço, por exemplo. Nós queremos aproveitar tudo que nós temos aqui, mantido ao longo de quase 90 anos e nos integrarmos cada vez mais com a comunidade, atrair, principalmente a garotada, que está por aí, meio perdida”, avaliou.

Artistas e expressões

Projetando tantos anseios, ele fez questão de citar os artistas de Friburgo, peças fundamentais na vida de qualquer cidade. “Queremos muito poder contar com nossos atores, diretores, cantores, músicos, palhaços, poetas, pintores, escultores, desenhistas, escritores, enfim, toda a gama de artistas e agentes culturais que tenham interesse em se manifestar seja de que maneira for. É fundamental nos unirmos em torno de uma ideia que tem tudo para criar um movimento sociocultural, educativo, artístico, entre outras áreas, porque, no fim, todos os setores da sociedade estão interligados. Inclusive, o abrigo, como um todo, que foi o começo de tudo. As pessoas precisam saber que isso aqui existe”, reiterou Francisco, de forma contundente.

A biblioteca funciona às terças e quintas, das 9h às 19h (com bazar aberto); às segundas, quartas e sextas-feiras, das 13h às 19h. “Quando o movimento aumentar, o que esperamos com as novas ações que estamos implementando, podemos estender os horários. Quando temos eventos abrimos no sábado ou domingo, como agora neste domingo, 22, com o Festival de Verão, das 11h às 18h”, informou a responsável pela biblioteca, Priscila Salles (foto abaixo). Mais informações: 2522-5130 / 2522-7122.

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