Juventude em risco

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018
por Jornal A Voz da Serra

RELATÓRIO divulgado pela Organização Internacional do Trabalho está causando preocupação. Trata-se de um mapeamento pouco alentador para as gerações atuais e futuras, uma vez que mostra que a juventude representa mais de 35% da população desempregada em todo o mundo, totalizando 70,9 milhões. A estimativa é ainda mais desanimadora, já que esse volume deve aumentar em mais 200 mil em 2018, atingindo um total de 71,1 milhões.

A DIFERENÇA nas taxas de desemprego entre jovens e adultos quase não mudou na última década, ilustrando as desvantagens enraizadas e extensivas que a juventude enfrenta no mercado de trabalho.

EM 2017, 39% dos 160,8 milhões de jovens trabalhadores no mundo emergente e em desenvolvimento vivem em pobreza moderada ou extrema, ou seja, com menos de 3,10 dólares por dia. Atualmente, mais de dois em cada cinco jovens na força de trabalho estão desempregados ou estão trabalhando enquanto continuam na pobreza.

OUTRO DADO revelador da pesquisa é que as habilidades também estão mudando. Houve um declínio na busca por capacidades de nível médio, enquanto a procura por trabalhadores altamente qualificados e menos qualificados está crescendo.

A DEMANDA por jovens altamente qualificados cresceu fortemente em países de renda alta, enquanto nos países em desenvolvimento e emergentes houve um aumento no trabalho de baixa habilidade. Além disso, o emprego de jovens trabalhadores semi-qualificados diminuiu, na maioria dos países, em todos os níveis de desenvolvimento.    

DIANTE DA situação, torna-se necessária a adoção de medidas, principalmente no Brasil, que possam garantir o aproveitamento da mão de obra jovem. É claro que, nos últimos anos, o governo federal tem investido em cursos técnicos. Milhares de vagas têm sido abertas com a finalidade de garantir qualificação e, ao mesmo tempo, contribuir para a melhoria do mercado de trabalho. Entretanto, além da preparação, torna-se fundamental a criação de postos de trabalho com capacidade suficiente para atender a demanda.

CASO CONTRÁRIO, a fila dos desempregados ficará ainda mais longa, já que os trabalhadores de outras faixas etárias também enfrentam o mesmo problema. Além disso, se não houver uma intervenção direta e eficaz, a situação pode ficar ainda mais grave, uma vez que, sem ocupação, os jovens acabam direcionando a energia para caminhos nada saudáveis.

 

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