Jornalista lança projeto que valoriza e incentiva o montanhismo em Friburgo

Para Christiane Mussi, reúne potencial para o turismo de montanha, mas precisa investir no setor
sábado, 22 de junho de 2019
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
Christiane Mussi: foco no turismo de montanha
Christiane Mussi: foco no turismo de montanha

 

No final de maio teve início o período em que Nova Friburgo costuma receber muitos visitantes empenhados em subir as principais montanhas da cidade. Apesar da atividade ter muitos adeptos, o montanhismo não recebe tanto incentivo quanto deveria, pelo menos por enquanto.

Em Nova Friburgo existem cinco pontos bem conhecidos e desafiadores que os praticantes e simpatizantes do montanhismo podem se aventurar: Pico da Caledônia, Chapéu da Bruxa, Pedra do Imperador, Pedra da Catarina e o Parque Estadual da Serra dos Órgãos (que abriga os Três Picos).

Pensando em aquecer ainda mais a atividade de montanhismo na cidade, a jornalista Christiane Mussi vai lançar um projeto voltado para essa atividade e quer despertar nos friburguenses o interesse pelo conhecimento de suas próprias montanhas e mostrar para o turista as lindas paisagens que os aguardam.

Com essa ideia em mente, no final do ano passado, Christiane percorreu o caminho da Patagônia, na Argentina, subindo as principais montanhas da região. A jornalista botou o pé na estrada sozinha, mas e se juntou a um grupo de “desconhecidos”, no meio do caminho e acabou formando uma verdadeira família.

Os detalhes dessa viagem e tudo sobre o projeto dela você pode conferir na entrevista que ela concedeu para A VOZ DA SERRA.

AVS: Como foi a viagem para a Patagônia?

Christiane Mussi: Fizemos quatro cidades: Calafate, Ushuaia, Torres del Paine e Chaltén, em 16 dias. Foram diversas trilhas, fazendo diversos passeios. Nessa viagem fiz a minha primeira parceria internacional, com uma startup de Portugal. Eu escrevi esse conteúdo (sobre a viagem) para o meu próprio site, em português, que serviu para uma experiência minha como repórter de viagem, mas não no sentido de reportar para os outros e sim no sentido de vivenciar. Para startup fiz a mesma coisa, porque eles queriam vivências locais, mas sem ser com visão turística. Agora no final no início de junho eu vou lançar o projeto já com essa matéria. Ir para a Patagônia foi uma realização que eu consegui integrar com uma coisa completamente nova que era viajar com muita gente diferente e nesse grupo específico viajaram 15 mulheres. E foi ótimo porque uma se esforçava pela outra. Eram mulheres de 19 a 39 anos, umas já tinham filhos e buscavam ali experiências novas.

A subida é complicada e diferente do que encontramos aqui em Friburgo?

É muito diferente do que nós temos aqui em Friburgo. Aqui a gente sobe a montanha, vai até o pico, para ver a cidade lá de cima. Na Patagônia quem sobe o pico é o alpinista, por conta da dificuldade que é chegar lá em cima. Nós subimos até a base do lago, que é até onde normalmente tem os lagos congelados, é uma paisagem maravilhosa.

E o que mais te impressionou ou chamou atenção durante a viagem?

Eu fiz 33 anos durante a viagem enquanto ia de El Calafate para Ushuaia. Me impressionou muito que Chaltén ter apenas 33 anos, a minha idade. E eu me conectei muito com cidade, fazendo uma tatuagem com a montanha de lá. Foi o percurso mais difícil que eu fiz. Eu fiquei muito sensibilizada aos ver como as pessoas de lá vivem para a montanha. E vinha na minha cabeça por que a gente não valoriza as montanhas que temos aqui.

Quando você viajou para a Patagônia já tinha ideia desse projeto?

Já tinha essa ideia sim até porque já tinha essa referência de Friburgo. Dentro do nosso cenário, temos duas montanhas que são importantíssimas para a cidade que é o Pico do Caledônia e os Três Picos. Se eu convidar as pessoas para ir até esses dois locais, as pessoas vão ficar decepcionadas pela falta de estrutura desses lugares. Os Três Picos nem tanto, porque é uma área mais rural, mas o Caledônia é dentro da cidade e bem abandonado, não se consegue subir de carro. Me perguntei por que não valorizamos isso se precisamos de turismo. Agora que é a abertura de temporada de montanhismo por aqui é uma maneira de chamar a atenção da população, de quem trabalha com turismo para que conheçam esses lugares.

E Nova Friburgo por conta da sua vasta cadeia de montanhas e pedras, está mais que inserida no seu projeto...

Eu estou trabalhando para um portal da cidade que é voltado para a divulgação do turismo aqui em Friburgo e tenho parceria com uma agência que costuma integrar e reunir pessoas que têm interesse em subir essas montanhas, em conhecer esses lugares. No dia 16 de maio, aniversário da cidade, por exemplo, nos organizamos para subir a Pedra da Catarina. E o legal é que reunimos pessoas que não estão acostumadas a subir montanhas.

 

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