Indústria e comércio de Nova Friburgo voltam a demitir

Criação de empregos com carteira assinada desacelera em maio, depois de 4 meses de contratações
quarta-feira, 27 de junho de 2018
por Alerrandre Barros (alerrandre@avozdaserra.com.br)
Indústria e comércio de Nova Friburgo voltam a demitir

Em maio, Nova Friburgo registrou o pior saldo de empregos com carteira assinada deste ano. A diferença entre admissões e desligamentos foi de 126 postos de trabalho a menos, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, divulgado na última semana.

A geração de empregos formais desacelerou nos principais motores do município: a indústria demitiu 113, seguida do comércio com 76 desligamentos. A maioria dos indicadores ficaram negativos, depois de quatro meses de salto positivo. Somente a construção civil e o setor de serviços contrataram mais do que demitiram em maio.

Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e do Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) na cidade, Braulio Rezende (foto), a queda era esperada, em função do desempenho do setor que desde o início do ano enfrenta dificuldades. As vendas em datas especiais, como o Dia das Maẽs e o Dia dos Namorados, ficaram abaixo do esperado.

“Os problemas foram acentuados pela greve dos caminhoneiros e pela posterior aprovação do tabelamento do frete pelo governo. As empresas ficaram sem mercadorias e, até hoje, o abastecimento não está totalmente normalizado”, observou Rezende destacando, entretanto, que “a Copa do Mundo vem movimentando alguns segmentos, como os de artigos esportivos, eletrônicos, alimentos e bebidas”. Os demais, segundo ele, continuam com vendas fracas. “As causas desse quadro são o desemprego, as altas taxas de juros, a instabilidade política e econômica, que freiam o consumo”, afirmou. Procurada, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) não comentou a desaceleração no mercado de trabalho formal no setor.

Os cinco primeiros meses deste ano geraram 810 vagas com carteira assinada na cidade. Apesar da queda em maio, esse número é 22% maior que as 660 contratações registradas no mesmo período do ano passado. Em 2017, o mercado de trabalho no município voltou crescer, depois de dois anos seguidos no negativo, demitindo mais do que contratando.

Rio e Brasil

As contratações também caíram no estado em maio. Foram fechadas 3,1 mil novas vagas, sobretudo no comércio (1.292 mil), indústria (1.113 mil) e construção civil (800 postos). A maioria dos municípios teve desempenho negativo. Os únicos que conseguiram saldo acima de 100 contratações foram Volta Redonda, São Gonçalo, São Francisco do Itabapoana, São João da Barra e Queimados.

A criação de empregos também desacelerou no país. De acordo com o Caged, no mês de maio foram criados 33.659 novos postos de trabalho formais no Brasil. Foi o pior desempenho deste ano. Em abril, foram criadas 115 mil vagas; em março, 56 mil; fevereiro, 61 mil; e janeiro, 77 mil. Também foi pior que maio do ano passado, quando foram criadas 34.254 mil oportunidades.

Para o governo, porém, o quadro é otimista se avaliados os últimos 12 meses. Entre junho de 2017 e maio de 2018, houve um crescimento de 284.875 postos de trabalho, um aumento de 0,75%. “Mesmo com problemas pontuais, como a greve dos caminhoneiros, que afetou a economia como um todo, novos postos de trabalho continuaram a ser gerados. Isso confirma a robustez de nossa economia e o esforço de todos – governo, empresários e trabalhadores – para vencermos o desemprego”, avaliou o ministro do Trabalho, Helton Yomura.
 

 

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