A história da produção vinho no Brasil

A despeito das dificuldades de solo e clima, o vinho brasileiro ostenta padrão internacional de qualidade
sábado, 09 de novembro de 2019
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
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As primeiras videiras do Brasil foram trazidas pela expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza, em 1532. Brás Cubas, fundador da cidade de Santos, é, reconhecidamente, o primeiro a cultivar a vinha em nossas terras.

No Rio Grande do Sul o cultivo teve início em 1867, trazida pelo jesuíta Roque Gonzáles, com o plantio de  videiras européias em São Nicolau, na região do Sete Povos das Missões. Embora houvesse necessidade da produção de vinho para utilização na missa, a dificuldade de adaptação de variedades viníferas em nossas terras impediu a disseminação da vitivinicultura no Brasil. 

Em 1742, assinala-se o renascimento da vitivinicultura rio-grandense com a chegada de 60 casais açorianos e madeirenses radicados em Rio Grande e Porto Alegre.

No ano de 1813, D. João VI reconhece oficialmente a primazia de Manoel de Macedo Brum da Silveira no plantio e produção de vinho no Rio Grande. Por volta de 1840, a introdução da variedade americana “Isabel”, por Thomas Master, na ilha dos Marinheiros, teve grande sucesso. Sua resistência e rusticidade a levaram a ser implantada preferencialmente na região em detrimento das cepas viníferas, mais frágeis. A uva Isabel foi se disseminando nas áreas de colonização alemã, como São Leopoldo.

A partir de 1875 desponta o crescimento da vitivinicultura gaúcha, graças á colonização italiana. Os italianos trouxeram na bagagem, além das cepas de uva européias da região de Vêneto, o hábito do consumo do vinho como um alimento, e o ainda chamado espírito vitivinícola. 

No entanto, com o passar do tempo, as cepas começaram a morrer por causa de doenças fúngicas, mas a força italiana e a vontade de manter sua tradição permitiram aos imigrantes que encontrasse uma forma de cultivar que se adaptasse à região. 

A variedade de origem americana chamada de Isabel (vitis labrusca) foi encontrada na região, no Vale do Rio dos Sinos, onde os imigrantes levaram para a encosta superior do Nordeste, sendo que esse tipo de cultivo se adaptou muito bem àquelas condições, e permitiu a continuidade da produção de uvas e vinho.

Há algumas décadas a preocupação com a melhoria de qualidade e das técnicas agronômicas fizeram com que, novamente, se iniciasse o plantio de variedades viníferas. A partir de 1970, vinícolas multinacionais, como a Moet&Chandon, a Martini&Rossi e a Heublein estabeleceram-se na serra gaúcha trazendo equipamentos de alta tecnologia e técnicas viticulturais modernas. 

Essas empresas implementaram, também, junto aos calouros da serra, um programa de estímulo à modificação do sistema de plantio, passando da latada à espaldeira. Estimularam, igualmente, a produção de cepas viníferas. Essas medidas tiveram como conseqüência um grande salto qualitativo no vinho brasileiro que hoje, a despeito das dificuldades de solo e clima, ostenta padrão internacional de qualidade. (Fonte:  ABE | Associação Brasileira de Enologia)

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