Gerson Andreotti: Adeus ou até breve?

quarta-feira, 31 de dezembro de 1969
por Jornal A Voz da Serra
Gerson Andreotti: Adeus ou até breve?
Gerson Andreotti: Adeus ou até breve?

Vinicius Gastin
Pode até não ser um adeus, mas um até breve. Sem competições oficiais até setembro, o Friburguense tenta emprestar os principais jogadores a outros clubes e obteve êxito na primeira negociação. Entretanto, ela não envolveu nenhum atleta, e sim, o técnico Gerson Andreotti. O comandante tricolor acertou com o Macaé, por empréstimo, até o fim do ano, após reunião na noite da última sexta, 3. Desta forma, o treinador poderá retornar ao Eduardo Guinle após a disputa do campeonato brasileiro da série C e dirigir o Frizão no carioca de 2014.
Andreotti foi contratado após a demissão de Toninho Andrade, que dirigiu o time norte-fluminense nos últimos dois anos. Os representantes do Macaé visitaram Nova Friburgo, na última quinta-feira, dando início a rápida negociação, definida no dia seguinte. O técnico terá a missão de subir o alvianil praiano para a segunda divisão nacional e o retorno ao Friburguense está condicionado ao desempenho no novo clube. “Nós vamos esperar pelo Gerson, mas eu o deixei bem à vontade para decidir o futuro dele. Se fizer um bom trabalho durante esse período e preferir permanecer por lá, não vamos impedi-lo”, ponderou o gerente de futebol José Siqueira.

INDEFINIÇÃO QUANTO AO NOVO TÉCNICO
A diretoria do Friburguense ainda não definiu quem vai comandar o time na Copa Rio, prevista para ter início em setembro. José Siqueira não citou nomes, mas praticamente descartou a utilização de um treinador da base ou do auxiliar Luiz Mendonça. O clube deve esperar o início da série C nacional para avaliar o desempenho do Macaé e observar as possibilidades do retorno de Gerson Andreotti. 
O ex-técnico do Friburguense, Cleimar Rocha, e Leonardo Condé, demitido recentemente do Nova Iguaçu, estão desempregados e podem ser as opções. Os nomes de Julio Marinho e Antonio Carlos Roy agradam, mas as negociações são difíceis e a princípio exigem um investimento alto para a realidade do clube. Edson Souza, antecessor de Andreotti e atual técnico do São João da Barra, está descartado.
A reapresentação do elenco tricolor deverá acontecer na primeira semana de julho.
ALEGRIAS E DECEPÇÕES: A PASSAGEM DE ANDREOTTI PELO FRIZÃO
Gerson Andreotti chegou ao Friburguense no final de abril de 2011. À época, o Tricolor da Serra procurava um substituto para Edson Souza e Andreotti topou o desafio de reconduzir o clube à primeira divisão do campeonato carioca. Meses depois de cumprir o objetivo, a primeira decepção: o vice-campeonato da Copa Rio. Apesar de perder o título em casa, o clube comemorou a vaga na série D do brasileiro e a oportunidade de disputar novamente uma competição nacional. 
Em 2012, Andreotti conduziu o time à oitava melhor campanha no estadual da primeira divisão. Na sequência da temporada, o sonho de subir para a série C transformou-se em frustração. O Frizão chegou longe na quarta divisão nacional, mas a vitória por 3x1 nas quartas de final sobre o Crac-GO, no Eduardo Guinle, foi insuficiente para conquistar o acesso. A maior decepção da história do clube contrastou com um momento único: a viagem ao Japão para uma série de amistosos e o retorno invicto da delegação tricolor.
Neste ano, o Friburguense de Andreotti alcançou a nona colocação no campeonato carioca, garantindo mais um ano na elite estadual. Mas o fato de não conquistar uma vaga na série D e o consequente tempo inativo levaram o treinador a seguir a carreira longe de Nova Friburgo. “As boas campanhas com o Friburguense me deram essa oportunidade. Fica um carinho e um respeito muito grande pelo clube. Quando um time que disputa o Brasileirão nos abre uma porta, ficamos satisfeito. Já tive experiências na Série C do Brasileiro e isso pode ajudar, mas futebol é jogo a jogo”, declarou Andreotti, agradecido e confiante numa boa campanha pelo novo clube.
A indicação de Andreotti para o Macaé partiu do próprio Friburguense e, por isso, a relação entre ambos permanece a mesma. “Em primeiro lugar, lógico, é bom lembrar que o Friburguense vai ficar parado até setembro. Isso é ruim para o clube e para o profissional. Tenho um carinho muito grande por eles e tenho certeza que isso é recíproco. Não acredito que haja mágoa, até porque foi o Siqueirinha que indicou o meu nome à diretoria do Macaé. Portanto, o clube esteve ciente o tempo todo da minha possibilidade de sair”, lembrou o treinador.

Números de Andreotti pelo Friburguense
Jogos: 81
Vitórias: 40
Empates: 27
Derrotas: 24

Andreotti indica sete jogadores do Frizão ao Macaé: acerto do treinador pode facilitar as negociações entre os clubes

A chegada de Gerson Andreotti ao Macaé deve estreitar ainda mais a relação amigável entre o Friburguense e o time norte-fluminense. O treinador, inclusive, preparou uma lista com sete jogadores do Tricolor da Serra que serão indicados para a disputa da série C. São eles: Afonso, goleiro; Diego Guerra, zagueiro; Lucas e Zé Victor, volantes; Marcelo e Jorge Luiz, meias; e o atacante Romulo.
“Fiz uma lista de jogadores que pretendo contar no Macaé e encaminhei à diretoria, mas ainda vou avaliar a situação do grupo e deixar as negociações nas mãos da diretoria”, revelou.
O gerente de futebol José Siqueira confirmou a intenção de emprestar a maioria dos jogadores e as conversas terão início nesta semana. O bom relacionamento entre as diretorias dos dois clubes deve facilitar o desfecho positivo para as negociações.


Brilha a estrela solitária: título incontestável do Botafogo

No futebol existe justiça. Nem sempre, é verdade, e apenas quando o trabalho e a competência caminham juntos. O Botafogo de 2013 reúne esses ingredientes fundamentais e, por isso, conquistou os dois turnos do campeonato estadual com uma campanha praticamente impecável: uma derrota no primeiro turno e nove vitórias em nove partidas na Taça Rio, onde marcou 20 gols e sofreu três. 
O time de Oswaldo de Oliveira superou todas as desconfianças com um futebol envolvente, jogo coletivo e o respaldo de jogadores dos níveis de Jefferson, Lodeiro e Seedorf. Principalmente, Seedorf, o holandês boa-praça, querido e respeitado por todos. E decisivo e diferenciado por sua simplicidade. Aliás, foi exatamente desta forma que o Rafael Marques provou o seu valor e Julio Cesar e Fellype Gabriel provaram que não estão em final de carreira. O Botafogo mostrou que Marechal Hermes ainda é um celeiro de talentos como Gabriel, Doria e Vitinho. E, especialmente, Oswaldo de Oliveira provou que abrir mão de Loco Abreu, o ídolo da torcida, para priorizar o grupo foi a decisão correta. O treinador sofreu, foi criticado e questionado pela imprensa e pelos torcedores. Os mesmos que escreveram e comemoraram o 20º título estadual da história do Glorioso no último domingo.
Nos últimos oito anos, o Botafogo esteve presente em sete decisões estaduais. Se considerarmos apenas este início de década, o alvinegro é o maior campeão: levou dois dos quatro canecos possíveis (Flamengo e Fluminense conquistaram um, cada), além de seis títulos de turnos. Ao contrário dos últimos anos, porém, o Botafogo soube jogar as partidas decisivas, mesmo quando estava em desvantagem. Não houve desespero, trauma de derrotas recentes ou perda do Engenhão que pudesse atrapalhar. O Fogão se impôs e foi maduro. Campeão com todos os méritos e sobras, jogando o melhor futebol do estado neste início de temporada. O Botafogo voltou a ser forte no cenário estadual, mas o desafio a nível nacional e internacional continua. Por enquanto, resta ao torcedor alvinegro comemorar e acreditar que, com mais um ou dois reforços, o ano de 2013 pode reservar mais momentos como esse. Parabéns, Glorioso.

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