Frota da Faol ganha em agosto 30 ônibus com logo dos 200 anos

Na última audiência pública do semestre na Câmara, comando da empresa debate problemas com representantes de comunidades, estudantes, movimentos sindicais e parlamentares
terça-feira, 18 de julho de 2017
por Márcio Madeira
Como ficarão os novos ônibus com a logo dos 200 anos (Foto: Divulgação Faol)
Como ficarão os novos ônibus com a logo dos 200 anos (Foto: Divulgação Faol)

Uma audiência pública convocada e presidida pelo vereador Johnny Maycon, para debater o cenário do transporte coletivo municipal, especialmente diante da troca de comando na Faol, encerrou formalmente, na noite desta segunda-feira, 17, as atividades do primeiro semestre deste ano no plenário da Câmara Municipal.

O encontro contou com ampla participação de representantes de comunidades, estudantes, movimentos sindicais e também alguns partidos políticos. Paralelamente, ainda que a presença não tenha sido obrigatória, diversos vereadores participaram do evento, ou de parte dele. Entre esses Cascão, Luiz Carlos Neves, Isaque Demani, Alexandre Cruz, Vanderléia Lima, Professor Pierre, Janio de Carvalho, Carlinhos do Kiko, Nazareth Catharina, Maguila, Marcinho e o próprio Johnny Maycon. Outros parlamentares justificaram suas ausências, como Zezinho do Caminhão, que se encontra em Niterói em meio a tratamento oftalmológico. A falta mais sentida, contudo, foi a de um representante do Executivo, que pudesse ouvir e encaminhar as muitas demandas manifestadas pela população.

A abertura do microfone à sociedade, por sinal, foi o grande mérito da noite. De forma bastante democrática, abriu-se a possibilidade para que qualquer um dos presentes se inscrevesse e fizesse uso do microfone por até quatro minutos. E, mesmo quando eventualmente o tempo foi estourado, ninguém passou pelo constrangimento de ter a voz cortada.

Além do tempo aberto a todos, duas comunidades foram sorteadas a fim de que seus representantes pudessem integrar a mesa: Ponte da Saudade, representada por José Roberto Pacheco Folly; e São Geraldo, representado por Marcos Vinícius de Azevedo. A eles se juntaram Paulo Valente e Lucas Natal, integrantes da nova diretoria da Faol.

Oportunidade de diálogo

Exceto por uma breve questão de ordem apresentada pelo vereador Maguila, que não poderia ficar até o fim do encontro e fez questão de ler quatro perguntas na abertura dos trabalhos, a reunião foi iniciada pelas manifestações dos inscritos. E elas foram muitas, e foram igualmente incisivas, ainda que essencialmente respeitosas.

A imensa maioria dos depoimentos ajudou a compor um painel no qual sobressaem as reclamações a respeito de falta de condições de segurança (pneus carecas e falhas nos freios), grande incidência de quebras, alto preço das passagens, necessidade de renovação e ampliação da frota, dificuldades para recarregar o RioCard, falhas no sistema de integração plena, carência de fiscalização quanto ao cumprimento dos horários, falta de organização nos pontos da Estação Livre, e problemas advindos do acúmulo de função imposto aos motoristas de determinadas linhas, ao volante de ônibus não adaptados para que o condutor possa, também, cobrar as passagens. A esses problemas gerais também foram acrescentados diversos transtornos pontuais, de linhas específicas, ao longo de pouco mais de duas horas de manifestações.

Diante da quantidade de problemas apresentados, Paulo Valente, diretor da Faol, começou sua fala fazendo uma breve apresentação pessoal e explicando que já tem 38 anos de experiência no ramo dos transportes públicos, onde atua desde os 14 anos de idade. O diretor acrescentou que tem perfil oposicionista, citando, por exemplo, ser amigo pessoal da ex-governadora Benedita da Silva, do PT, e foi bastante franco ao afirmar que o conglomerado que adquiriu a Faol o fez visando a lucros, por entender que seria um bom negócio.

O diretor também dedicou bastante tempo a explicar as condições em que encontrou a empresa. De acordo com Valente, o negócio foi fechado no dia 12 de maio, e se não tivesse sido fechado, já no dia 20 daquele mês os antigos proprietários não teriam recursos para o pagamento dos salários. “Se nós não tivéssemos comprado a empresa, hoje os senhores estariam com uma nova licitação em aberto porque a Faol teria fechado”, declarou.

Paulo Valente também afirmou que a frota encontrada apresentava inúmeros problemas, e que R$ 10,5 milhões já foram investidos em pagamento de pessoal, compra de peças e manutenção. O executivo afirmou que 18 ônibus estavam no cavalete, sem a menor condição de rodar, e que a manutenção dos coletivos não era preventiva. Ao contrário, ela vinha se limitando a casos em que problemas já haviam sido identificados, e muitas das vezes as peças de reposição seriam tiradas de outros veículos já parados.

Ainda de acordo com Valente, a empresa irá manter seu nome, e irá incorporar trinta novos coletivos, já identificados visualmente com os duzentos anos, a partir do mês de agosto.

“Esta foi uma excelente oportunidade para que a população fosse ouvida em seus anseios, e a partir dessas colocações os diretores da Faol podem elaborar um plano eficaz de gestão da empresa, que atenda a demanda da população”, comentou o vereador Johnny Maycon, autor da proposta da audiência.

A Câmara Municipal permanecerá em recesso parlamentar até o dia 31 de julho. Ao longo deste período, apenas as sessões ordinárias e solenes estarão suspensas. Serviços administrativos e gabinetes dos vereadores seguem funcionando normalmente.

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TAGS: faol | Onibus
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