Frizão recorre ao pleno do TJD-RJ para reaver título da Copa Rio

Gerente de futebol dá sua interpretação sobre escalação do zagueiro Diego Guerra
segunda-feira, 07 de novembro de 2016
por Vinicius Gastin
Na mesma direção: Siqueira acredita que Friburguense pode reverter o caso na Justiça
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O título conquistado dentro de campo e perdido nos tribunais ainda por vir para Nova Friburgo. Pelo menos se depender do otimismo da direção do Friburguense, o processo é perfeitamente reversível. Dentro do prazo legal, o Tricolor da Serra apresentou o recurso e vai recorrer da decisão proferida pelo Tribunal de Justiça Desportiva no último dia 28 de outubro. O TJD-RJ entendeu que o clube escalou o zagueiro Diego Guerra de forma irregular no primeiro jogo da decisão da Copa Rio, impugnando a conquista e automaticamente repassando o troféu para a Portuguesa. Além do pleno do Tribunal, o Frizão ainda poderá recorrer ao STJD em caso de nova derrota. A tendência é que o julgamento aconteça até o final da próxima semana.

“Na verdade não é só afirmar por conta de um jogo. Se ele estava irregular na primeira partida da decisão, então, estava o restante do campeonato também. E nós fazemos esse procedimento há 20 anos. É um caráter de interpretação. Entendemos que a Portuguesa entrou na Justiça utilizando o termo reativação como inscrição, quando o que a gente usa é a condição de jogo. Se eu faço um contrato de dois anos, automaticamente eu estou inscrito em todos os campeonatos nesse período. Lógico que cumprindo cada regulamento. No Campeonato Carioca, por exemplo, é preciso apresentar uma lista com um determinado número de jogadores. Na Copa Rio essa situação extra não existe. Ele só não pode jogar em dois times ao mesmo tempo”, explica o gerente de futebol do Friburguense, José Eduardo Siqueira.

O dirigente insiste na tese (que realmente consta no regulamento) de que o contrato é a própria inscrição. Siqueirinha reforça ainda que outros casos como este já aconteceram com o próprio Friburguense. “Nesse caso de retorno de empréstimo é preciso fazer o procedimento, comunicar à Federação do Rio, à CBF e automaticamente a reativação significa uma condição de jogo. Existe um prazo para ser cumprido, e leva alguns dias. Fizemos isso com o Diego. A inscrição foi feita em 2015, e apenas esperamos apenas a condição de jogo. Tivemos alguns casos, como o do Bidu, há alguns anos. Fiquei em dúvida e consultei a Federação. Ele voltou de empréstimo e jogou uma semifinal de campeonato”, observa Siqueira.

Em primeira instância, o Tricolor da Serra acabou punido de forma unânime. Por cinco votos a zero, a equipe de Nova Friburgo teve a conquista impugnada ao perder seis pontos na final da competição, sob alegação de que Diego não estava regularmente inscrito no certame. O Friburguense também foi multado em R$ 400. A pena, inclusive, é questionada pelo Friburguense.

“A própria pena foi muito branda, por tudo o que envolveu. É triste, um Tribunal escutar meia dúzia de palavras e não avaliar um trabalho de muitos anos. Ninguém está livre de erros, mas se eu estivesse errando seria um ponto para parar. O argumento fundamental é questionar o regulamento e trazer uma estratégia diferente, mostrando casos semelhantes que já aconteceram”, reafirma Siqueira. “Eu nunca tinha enfrentado um Tribunal nesse tipo de situação em 20 anos. A coisa é muito política. Sentimos isso desde o primeiro momento, quando o relator já tinha todos os dados em cima de data. Não se trata disso. Não se entrou no mérito de que a inscrição já estava pronta, que seria a questão central. É um fato que pode não se repetir em outras instâncias”, comenta o gerente de futebol do Friburguense.

Siqueira também falou sobre a opção de trocar o advogado de defesa às vésperas do primeiro julgamento. Ele explica que o fato de a titular ser filha do presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro pesou na decisão, uma vez que o principal questionamento se refere ao regulamento da Copa Rio – competição esta organizada pela própria Ferj.

“Há três anos trabalhamos com o escritório da dra. Luciana, desde que o dr. Rubens não era presidente da Federação. E eu, conversando com ela, decidi que não seria legal ela fazer a nossa defesa, uma vez que a base seria bater no regulamento da Federação, da qual o pai dela é presidente. De uma forma central achamos melhor não expor a Luciana”, disse Siqueira.

Friburguense presta homenagem a elenco e entrega títulos a sócios

Dentro das quatro linhas, o Friburguense é o legítimo campeão da Copa Rio de 2016. Torcedores, jogadores e direção reconhecem o feito, eternizado pela diretoria tricolor no último domingo, 6, na sede social do clube. Conselheiros e diretores estiveram reunidos em sessão solene para homenagear o elenco profissional, com a entrega de uma placa comemorativa. O goleiro Afonso, o volante Bidu, o atacante Ziquinha e o preparador físico Paulo César Fagundes representaram o grupo.

"Para nós, o Friburguense é o legítimo campeão da Copa Rio. Vocês são os nossos campeões, e temos que agradecer por tudo o que fizeram. São motivo de orgulho para o nosso clube e para toda a cidade. Muito obrigado", resumiu o presidente Wagner Faria.

Primeiro a discursar após a entrega da placa, o goleiro Afonso ressaltou a importância da conquista em campo na formação de novos torcedores do Friburguense. O jogador, revelado pelo clube, lembrou ainda que o título representa um combustível a mais para a próxima temporada, quando o Frizão tentará retornar à elite do futebol estadual.

"Ficamos muito agradecidos por essa homenagem. É algo que vai nos marcar muito, e representa uma motivação a mais para retornarmos à primeira divisão no próximo ano. Acredito que com essa conquista nós fizemos muitas pessoas torcerem de verdade pelo Friburguense. Despertamos esse sentimento. Eu tive essa oportunidade de aprender a amar o Friburguense e a cidade. Inclusive vou casar com uma mulher nascida aqui. Tenho um carinho enorme por Nova Friburgo, e sempre tive os mais experientes como espelho pra mim," entusiasma-se Afonso.

Durante a sessão solene do conselho deliberativo, presidida pelo presidente Marcelo Cintra, também foram entregues alguns títulos a personalidades que marcaram a história do clube. Almir Fonseca, o Mimi, foi agraciado com o título de sócio honorário, e fez parte do discurso de agradecimento do volante Bidu. Mimi foi técnico das divisões de base do Friburguense, e durante muitos anos trabalhou com crianças no clube. Além de ter feito parte da história do futebol amador de Nova Friburgo.

"Quero parabenizar a todos pela homenagem, em especial ao Mimi, que foi meu treinador. Desde que comecei a jogar no Friburguense eu desenvolvi um amor inexplicável pelo clube. E isso passou para os meus filhos, que têm prazer em vir aqui e assistir ao pai jogar. Vamos fazer de tudo para ver o Friburguense cada vez maior e mais forte", promete Bidu.

Além do título de honorário a Mimi foram entregues os títulos de sócio benemérito aos ex-presidentes do conselho, Marcelo Jorge Figueira e Helbert Heringer, além de Edmilson Py, que ocupou cargos diversos a longo de sua trajetória associativa no Friburguense.

Foto da galeria
Jogadores recebem a homenagem da direção do Friburguense
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