Se a mira esteve afiada no jogo de estreia na Copa Rio, ela parece ter descalibrado no Vale do Aço. O Friburguense lutou bastante, teve posse de bola e controle do jogo em vários momentos, mas não conseguiu transformar em gols. Faltou um toque de inspiração, uma jogada diferente. O algo mais, que talvez tenha sido a eficiência do Resende. A equipe da casa aproveitou uma oportunidade em cada tempo, com Eduardo e Welber, e venceu por 2 a 0 na tarde da última quarta-feira, 24, no estádio do Trabalhador. Um enredo muito semelhante ao de diversas partidas da equipe de Nova Friburgo durante o Campeonato Carioca deste ano.
O Tricolor da Serra permanece com três pontos na tabela de classificação, e terá agora 15 dias de preparação até o próximo compromisso pela Copa Rio. De folga na terceira rodada, o Frizão volta a campo apenas no dia 7 de setembro para enfrentar o Volta Redonda, às 15h, no Raulino de Oliveira.
Resende mais eficiente
Sem o lesionado capitão Cadão, mais um jovem jogador foi lançado no time titular do Friburguense. Embora este fosse um pouco mais conhecido do torcedor tricolor: Pierre, capitão do Tricolor da Serra na campanha do vice-campeonato do Torneio Otávio Pinto Guimarães, já havia atuado algumas vezes na equipe principal. Volante de origem, compôs a dupla de zaga com Bruno, sendo esta a única novidade do técnico Merica em relação à estreia. Os dois times começaram em ritmo intenso, com marcação forte, e o objetivo de diminuir os espaços do adversário.
O Resende chegou com alguns levantamentos, enquanto o Frizão apostou na velocidade dos contra ataques. Se o experiente Marcel era a referência dos donos da casa, Gleison funcionava como válvula de escape, e também era o responsável pela bola parada: aos nove minutos, cobrou falta com perigo, afastada pela zaga alvinegra. “Penetra” em meio ao duelo entre os camisas dez, Jefferson apareceu na grande área aos 15, mas depois de boa jogada individual acabou travado no momento do chute. Antes do tempo técnico o Resende conseguiu uma boa trama, mas Eduardo finalizou mal e perdeu a chance.
Na oportunidade seguinte, aos 34 minutos, Eduardo foi oportunista, aproveitou levantamento do lado direito para vencer Afonso e abrir o placar no estádio do Trabalhador. Pelo contexto do confronto, o gol alvinegro aumentaria as dificuldades do Friburguense na partida. A forte marcação e os espaços reduzidos tornaram o desafio ainda maior. O Tricolor manteve a postura, aumentou a posse de bola e chegou ao ataque com mais frequência.
A última boa oportunidade surgiu em cobrança de escanteio de Ricardo, afastada pela defesa do Resende. Até o final da primeira etapa, entretanto, os comandados de Merica não conseguiram igualar o marcador.
Mesmo filme...
Sem alterações, o Friburguense voltou para o segundo tempo com a ideia de repetir a efetividade da metade final do primeiro tempo. Com a bola nos pés, restava algum toque de inspiração para criar chances e convertê-las em gols. Mais participativo, Lohan sofreu falta na entrada da área aos seis minutos, mas Gleison errou completamente o alvo.
Os levantamentos à grande área permaneceram como principal arma do Resende, que encontrou no escanteio cobrado por Marcel e concluído por Eduardo a sua primeira oportunidade. O Tricolor da Serra utilizou a mesma arma aos 15 minutos, mas o impedimento foi flagrado depois da bola cruzada por Jefinho.
A pressão se intensificou, e faltou apenas alguém chegar a tempo para tocar a bola para as redes três minutos depois. Instantes mais tarde, Lohan cabeceou por cima da meta. Com Marcel e Wandinho, o Resende voltou a ameaçar aos 19, mas sem sucesso.
Logo depois do tempo técnico, o Friburguense reclamou pênalti em disputa na grande área, ignorado pelo árbitro. A reestreia de Léo pelo Tricolor da Serra foi a aposta de Merica em busca do empate, mas foi Marcel quem quase brilhou: a tentativa por cobertura, de longe, por pouco não surpreendeu Afonso.
A equipe de Nova Friburgo continuou rondado a área adversária, mas sem a devida efetividade. O relógio avançava e já apontava 30 minutos de partida, quando Lohan apareceu com liberdade, teve a chance, mas Arthur evitou o empate.
O duelo esquentou, e o Resende surpreendeu com quatro jogadores contra apenas um em rápido contra golpe. Afonso fez excelente defesa no chute de Wandinho para evitar o tento e manter o Frizão vivo no Vale no Aço. Por pouco tempo, entretanto: Welber apareceu na grande área aos 36 minutos para completar o cruzamento de Muriel e ampliar o marcador para o alvinegro.
Se o Resende teve pelo menos três boas chances para ampliar na sequência, o Frizão tentou esboçar uma reação com Jefinho, impedido no momento da conclusão. A entrada de Lucas na vaga de Sérgio Gomes, com o recuo de Léo para a direita, foi a cartada final de Merica. Nada que pudesse mudar a história do confronto.
Ficha Técnica
Resende 2 x 0 Friburguense
Copa Rio 2016 - Primeira fase
2ª rodada
24/08/2016 - 15h
Estádio do Trabalhador, Resende - RJ
Árbitro: Felipe da Silva Gonçalves
Assistentes: José Carlos de Arruda e Marcus Vinícius Brandão
Resende: Arthur, Muriel, Marcelo Costa, Admilton, Dieyson, Gustavo Moura, Léo Silva; Welber e Marcel; Eduardo (Iago) e Wandinho.
Técnico: Toninho Andrade
Friburguense: Afonso; Sérgio Gomes (Lucas), Pierre, Bruno (Ziquinha) e Ricardo; Bidu, Vitinho, Jefinho e Gleison; Jefferson (Léo) e Lohan.
Técnico: Merica
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