​Frizão leva a Copa Rio no campo, mas resultado ainda depende de homologação do TJD

Portuguesa entrou na Justiça questionando Friburguense. Julgamento deve ocorrer até o fim da semana
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
por Vinicius Gastin
 Festa dos jogadores do Friburguense no Luso-Brasileiro (Foto: Anderson Lima)
Festa dos jogadores do Friburguense no Luso-Brasileiro (Foto: Anderson Lima)

O Friburguense venceu a Portuguesa pelo placar de 5 a 4 (decisão nos pênaltis) na tarde do último sábado, 22, no estádio Luso Brasileiro na Ilha do Governador, no Rio. O resultado seria motivo de grande festa para a torcida do tricolor, pois a vitória rende ao Frizão o título de campeão da Taça Rio, e por consequência, serve de passaporte para o Tricolor da Serra disputar, ano que vem, a série D do Brasileirão.

Mas o grito de campeão ainda não pôde explodir. A vitória em campo no fim de semana não foi homologada e dependerá de avaliação do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ). Isso porque a Portuguesa questiona judicialmente a escalação do zagueiro do Friburguense, Diego Guerra, que, no entendimento da Lusa, teria atuado irregularmente no primeiro jogo de ida da final da Copa Rio. O julgamento deve acontecer até o fim desta semana. 

Através de seu site oficial, o Friburguense comunicou, também na sexta-feira, 21, que “o clube já se movimenta, junto ao seu departamento jurídico, para reunir as documentações necessárias e comprovar que não existem irregularidades quanto à situação de Diego Guerra.”

A Portuguesa solicitou que o resultado do primeiro jogo (3 a 2 para o time da Região Serrana) não fosse homologado e também que a segunda partida não acontecesse. O Tribunal, no entanto, acatou parcialmente o pedido, apenas não oficializando o confronto de ida, o que implica no desfecho da competição.

Ainda na sexta-feira, 21, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro informou que não homologaria o resultado até que o julgamento final do procedimento seja realizado.

Em campo na tarde do último sábado, o Tricolor da Serra vencia a partida por 4 a 2, mas no último minuto, o goleiro do Frizão, Luiz Felipe, marcou e de cabeça aos 47 do segundo tempo, fez 4 a 3 e levou a decisão do título para os pênaltis.

E Luiz Felipe voltaria a ser herói, ao defender uma penalidade, levar sorte em outra e garantir o título. O Friburguense é, de fato, campeão em campo.

Lohan e Luiz Felipe brilham

Tribunal, incertezas, desfalques de Bidu, Léo e Diego Guerra. A Portuguesa e o estádio Luso-Brasileiro novamente pela frente. Um cenário de desafios no caminho até o título que, de qualquer maneira, não seria homologado no sábado, 22. Mas a vitória dentro de campo poderia valer o título, mesmo com derrota nos bastidores. Com o sistema defensivo remontado, Bruno passou a fazer companhia a Pierre, e Rafael assumiu a condição de primeiro volante.

 A Lusa tentou o primeiro ataque pelo lado esquerdo, em chute de Victor Hugo defendido sem grande dificuldade por Luiz Felipe. Lado esquerdo combina com Ricardo, talvez a grande revelação do Tricolor na competição. Foi dele a belíssima jogada individual, que começou com a bola entre as pernas do marcador, teve duas fintas e terminou em penalidade. Lohan cobrou com categoria e abriu o marcador aos dez minutos. Foi o décimo do artilheiro da Copa Rio.

Com o controle do jogo, o Friburguense era eficiente na marcação, e por isso, pouco ameaçado pelos donos da casa. Pelo mesmo lado esquerdo do primeiro gol, aos 24 minutos, o Tricolor voltou a construir boa jogada, e o chute de Lucas foi interceptado com a mão pelo zagueiro. Lohan cobrou no meio para anotar o segundo dele e do Frizão na partida. Desta vez, a Portuguesa reagiu rápido e diminuiu logo na sequência, com o gol de cabeça de Victor Hugo.

O mesmo camisa oito fez boa jogada aos 28, mas errou o alvo no momento da finalização. Talvez no melhor momento da Lusa no jogo, os espaços apareceram e, aos 31, Maicon Assis conseguiu invadir a área e chutar para a boa defesa de Luiz Felipe. O goleiro tricolor voltou a ser decisivo, com as mãos e depois com os pés. Ainda deu tempo para, aos 40 minutos, o camisa um operar dois verdadeiros milagres à queima-roupa para evitar o empate.

Mais seguro em campo, o Friburguense teve duas boas oportunidades com Lohan: uma delas em chute à esquerda da meta. Na outra, em rápido contra golpe, o artilheiro recebeu de Ricardo e bateu, mas parou em Victor.

E o Luiz Felipe...

Dúvida durante toda a semana passada por conta de uma lesão e pouco produtivo no primeiro tempo, Gleison não voltou para a etapa final. O técnico Merica optou por manter a estrutura tática e promoveu a entrada de Jefinho. Precisando ser mais ofensiva, a Portuguesa finalizou logo aos três minutos com Maicon Assis, sem direção. Ziquinha teve boa chance depois de receber de Lohan, mas não passou por Victor.

A resposta lusa foi imediata, com dois cruzamentos perigosos afastados pela zaga. A sequência de tentativas foi interrompida com contra ataque frustrado, e teve efeito aos 15 minutos: depois de bate-rebate na área, Romarinho apareceu para igualar o marcador.

Na base da empolgação, a Portuguesa partiu para cima, e depois de cruzamento, o árbitro entendeu que Pierre afastou com o abraço. Alan correu e carimbou o travessão. Injeção de ânimo para o Frizão, que por pouco não marcou em cobrança de falta de Jefinho. O destino da falta cobrada por Lucas foi a trave, muito perto do ângulo.

O Friburguense segurou a pressão até os 20 minutos, reequilibrou o jogo, mas pecou na bola parada. Após escanteio cobrado da direita de ataque, Rodrigo Almeida subiu mais que todo mundo e marcou o terceiro da Portuguesa. Acredite que ainda sairia um novo pênalti a favor da Portuguesa, aos 27 minutos. Pois também acredite que Alan novamente perdeu, desta vez parando em Luiz Felipe.

E mais surpresa: Alan faria o quarto gol em rápido contra ataque, aos 32. O jogo ganhou tons de dramaticidade para o Tricolor da Serra. Lucas deixou o campo lesionado no momento em que Merica já havia feito as três alterações. O meia até voltou, mas no sacrifício.

Luiz Felipe tentou novamente ser herói, desta vez no ataque, mas errou a cobrança de falta. Lohan brigou pela bola aos 42, ganhou e bateu cruzado para a defesa de Victor. Na cobrança do escanteio, subiu mais que a marcação e mandou para fora. O Frizão teve na bola parada as últimas chances, e até mesmo Luiz Felipe foi para a grande área em ambas.

Numa delas quem ganhou na cabeça foi Lohan, mas a bola caprichosamente não entrou. Na segunda, o goleiro – sim, ele mesmo -, fez o terceiro as 47 minutos do segundo tempo e levou a decisão para os pênaltis. Estádio incrédulo e em silêncio!

Na disputa de pênaltis, a Lusa fez, Luiz Felipe marcou o primeiro e defendeu a cobrança do segundo. Vitinho converteu na sequência, e a Portuguesa fez o terceiro. Lucas também marcou em seguida. A Lusa voltou a converter e João Victor conferiu. Luiz Felipe nem precisou defender a última cobrança. A bola tocou o travessão, e o Friburguense levou. Resta agora o entendimento do tribunal.

Ficha Técnica

Portuguesa 4 (4)x(5) 3 Friburguense
Copa Rio 2016 - Final
Jogo de Volta
22/10/2016 - 15h45
Estádio Luso-Brasileiro, Ilha do Governador - RJ
Público: 445 pagantes (610 presentes) 
Renda: R$ 5.970

Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães
Assistentes: Wagner de Almeida Santos e Jackson Massara dos Santos

Portuguesa: Victor (Luciano), Belarmino, Pessanha, Rodrigo Almeida, índio, Diego Maia, Victor Hugo, Romarinho, Eberson; Maicon Assis e Allan.
Técnico: Nelson Rodrigues

Friburguense: Luiz Felipe, Sérgio Gomes (João Victor), Pierre, Bruno, Ricardo; Rafael, Vitinho, Lucas e Gleison (Jefinho), Ziquinha (Jefferson) e Lohan.
Técnico: Merica

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