Frizão estreia com vitória no OPG

Atual vice-campeão, o Tricolor da Serra encarou um adversário que impôs dificuldades, mas teve a competência necessária para marcar
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
por Vinicius Gastin
João Victor comemora o gol e abriu caminho para a vitória tricolor (Foto: Vinicius Gastin)
João Victor comemora o gol e abriu caminho para a vitória tricolor (Foto: Vinicius Gastin)

Reforçado por muitos garotos que já há algum tempo compõem o elenco profissional, o Friburguense fez o dever de casa e venceu em sua estreia na edição de 2016 do Torneio Otávio Pinto Guimarães (OPG). Atual vice-campeão, o Tricolor da Serra encarou um adversário que impôs dificuldades, mas teve a competência necessária para marcar com João Victor e Lucas e vencer o Ceres por 2 a 0 no estádio Eduardo Guinle. A partida aconteceu na tarde do último sábado, 27. O Frizão volta a campo pelo OPG no próximo fim de semana para enfrentar o Olaria, na Rua Bariri.

Atual vice-campeão, o Friburguense apostou em nomes já conhecidos para tentar uma nova boa campanha. A maioria deles, inclusive, já treina no grupo principal e compõe o grupo que disputa a Copa Rio. Dentre eles, os meias João Victor e João Pedro, que se apresentavam como alternativa à forte marcação do Ceres. Os 20 primeiros de jogo, no entanto, reservaram muito pouca emoção, com quase nenhuma finalização ao gol.

Talvez o maior destaque, entretanto, estivesse no banco de reservas. O zagueiro Cadão fez as vezes de técnico, e com estilo tão tranquilo quanto o que apresenta dentro de campo, tentava corrigir os erros na base da conversa. Assim o fez, por exemplo, durante o tempo técnico. O resultado foi quase que imediato: com os laterais mais abertos, o Tricolor conseguiu trabalhar a bola aos 30 minutos. Depois de uma sequência de tentativas, João Victor aproveitou o rebote para dominar com estilo na grande área e bater no canto para abrir o placar.

O Ceres tentou a resposta imediata, mas León impediu com boa defesa. O goleiro do Frizão voltou a ser decisivo aos 40 minutos, com os pés, evitando o empate e garantindo a vantagem na etapa inicial.

O segundo tempo começou com um chute de Rodrigo, de perna esquerda, a princípio despretensioso, que quase surpreendeu o goleiro. A partir do lance, surgiu um escanteio e uma sequência de tentativas para o Friburguense. O que poderia indicar uma pressão virou equilíbrio, com algumas investidas do Ceres.

As melhores oportunidades, contudo, foram do tricolor: após cobrança de escanteio, a bola foi desviada para o centro da área e Júnior, por muito pouco, não alcançou. Pouco depois, Breno ameaçou em cobrança de falta.

O Ceres buscou uma pressão logo após o tempo técnico. Mas era o Friburguense quem parecia mais perto do segundo gol: tanto em chute de Pedro quanto em falta cobrada por Breno, o goleiro visitante teve que trabalhar de forma decisiva com duas boas defesas. O Ceres conseguiu encontrar alguns espaços depois dos 30 minutos, mas pecou nos momentos de definição. Sendo assim, prevaleceu a eficiência do Friburguense para somar os três primeiros pontos no Torneio OPG. Uma atuação coroada com o gol de Lucas, no minuto final, para decretar os 2 a 0.

O técnico Cadão escalou o Friburguense com Leon, Rodrigo (Pedro), Cleisson, Júnior e Breno; Murillo, Rafael (Maxwel), João Victor e João Pedro; Lucas e Matheus (André).

BOX:

Capitão professor

Sereno e pé quente, Cadão tem experiência como técnico do Friburguense

Sem chuteiras, meiões ou calção de jogo. De calça jeans e tênis, não se atreveu a entrar em campo, saudar a torcida e ocupar o lado direito de zaga do Friburguense. Sem a braçadeira de capitão, mas com a mesma postura de líder. A liderança pelo exemplo é uma característica na carreira de Cadão, e a serenidade observada dentro das quatro linhas foi levada também para a área técnica. Em uma de suas primeiras experiências como treinador, em uma partida oficial, o zagueiro tricolor manteve-se calmo durante todo o tempo.

Orientações, em sua maioria, apenas no pé do ouvido. Aplausos, os tradicionais gritos de "boa", "vamos", "atenção". Também teve o "meu Deus" - comedido é verdade - a cada chance desperdiçada ou perigo proporcionado pelo adversário. Cadão vibrou depois do apito final, e distribuiu sorrisos. Afinal de contas ele teve estrela: sob seu comando, o Frizão estreou com vitória no Torneio OPG por 2 a 0 sobre o Ceres, na tarde do último sábado, 27.

"A minha característica é essa mesmo, de tranquilidade. Difícil mudar. Nunca fui de me exaltar, mesmo sendo capitão do time. Nunca dei berro, sou bem tranquilo, mas a cobrança é a mesma. Ela deve sempre existir do futebol", disse Cadão que vai completar 45 anos no próximo dia 30 de setembro, e apesar da experiência como técnico, ele continua atuando pelo Friburguense na Copa Rio.

Desfalque diante do Resende, por conta de uma lesão da panturrilha, o capitão deve estar à disposição para o duelo contra o Volta Redonda, no próximo dia 7. Fato que não impede uma possível conciliação entre a sequência na competição estadual e o comando técnico no OPG.

"A experiência foi muito legal, por conta de uma necessidade. O José Siqueira (gerente de futebol do Friburguense) me fez o convite e eu aceitei. Conversamos apenas para a estreia e vamos voltar a conversar nesta semana. Como os jogos da Copa Rio são na quarta e do OPG ocorrem no sábado, pode ser que eu consiga manter as duas funções. Seria muito bacana", disse Cadão.

O ídolo tricolor mantém o discurso de cautela ao falar sobre a continuidade nos gramados, mas já há algum tempo se prepara para seguir no futebol após encerrar a carreira. No dia 17 de setembro, se forma no curso superior de educação física. A tendência, contudo, é que Cadão dispute o Campeonato Carioca da série B pelo Friburguense na próxima temporada.

 

Foto da galeria
Friburguense não encontrou facilidades para somar os três primeiros pontos no Torneio OPG
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS: Friburguense
Publicidade