Nova Friburgo voltará ao cenário do futebol nacional em 2017. Justamente através de sua maior instituição esportiva, que carrega as raízes e a história de uma cidade capaz de produzir inúmeros talentos para o mundo esportivo. Seja na série D ou na Copa do Brasil, o Friburguense irá figurar entre os principais clubes do país, depois de um impressionante trabalho de recuperação que o levou da queda à decisão da Copa Rio, no espaço de apenas seis meses. A nação do futebol voltará a ter um pequeno pedaço colorido em azul, vermelho e branco.
O passaporte para uma competição nacional e para a decisão da Copa Rio foi carimbado com a autoridade de quem, já há alguns anos, faz por merecer acrescentar mais um troféu à sua galeria. Depois do empate em Nova Friburgo, o Frizão foi buscar a vitória sobre o Resende por 4 a 1 na tarde da última quarta-feira, 12, no Vale do Aço. Os gols de Anderson (contra), Lohan, Bidu e Jarles transformaram o sonho de disputar o título em realidade. Vale destacar ainda a grande atuação do goleiro Luiz Felipe, fundamental com grandes defesas.
O adversário na final será a Portuguesa. O primeiro jogo da decisão acontece já neste domingo, 16, às 16h, no Eduardo Guinle, e a segunda e decisiva partida decisiva será no próximo dia 22, um sábado, às 15h45, no Luso-Brasileiro.
Dose de sorte tricolor
Noventa minutos separavam o Friburguense do retorno ao cenário do futebol nacional depois de cinco anos. Desde a última participação no Brasileiro da série D, em 2012, a equipe bateu na trave em algumas vezes. Há duas temporadas havia parado no mesmo Resende, exatamente por uma semifinal de Copa Rio, também no estádio do Trabalhador. Mesmo palco e cenário, mas desta vez sem vantagem.
Depois do 1 a 1 em Nova Friburgo, o Tricolor da Serra deveria balançar as redes pelo menos uma vez para avançar até a decisão. Uma das esperanças de gol, o experiente Ziquinha acabou vetado nos vestiários, cedendo a vaga ao jovem Lucas.
Assim como na serra, o duelo no Vale do Aço teve os seus momentos de tensão com desentendimentos entre os jogadores. Rivalidade aflorada pelas disputas recentes entre os dois times, acostumados a se enfrentarem em partidas decisivas nos últimos anos.
Léo e Lohan tentaram nas primeiras investidas do tricolor, mas sem sucesso. As redes balançaram de fato com uma boa dose de sorte, aos 13 minutos: Gleison fez a jogada e tentou levantar, a bola desviou em Anderson e entrou. Gol contra do zagueiro do Resende para colocar o Friburguense em vantagem.
Em meio ao equilíbrio, mais uma baixa para o técnico Merica: Léo sentiu a coxa após cobrar falta, e deixou o campo para a entrada de Jefferson. Quem apareceu bem aos 28 minutos foi Luiz Felipe, evitando o empate com bela defesa no canto esquerdo. O Resende aparecia com mais frequência ao redor da grande área tricolor, mas sem grandes ameaças.
Na chance de maior perigo, Muriel tabelou com Robinho e bateu para fora. O Friburguense chegaria com perigo novamente aos 37 minutos, quando Bidu apareceu como elemento surpresa no ataque e arriscou, obrigando Arthur a fazer boa defesa. Quase um replay do gol contra o América, em Nova Friburgo.
O goleiro do Resende voltou a trabalhar para evitar o gol de Sérgio Gomes minutos depois, e levou sorte quando Bidu, por muito pouco, não acertou a cabeçada após cobrança de escanteio. Os alvinegros responderam em rápido contra-ataque puxado por Marcel, que acionou Robinho.
Luiz Felipe apareceu de forma decisiva neste e no lance seguinte, ao crescer para evitar o tento de Marcel. Desta vez, o Tricolor da Serra conseguiu segurar as pontas e foi para os vestiários em vantagem.
Letal, Frizão vai à final
Merica prometeu durante a semana que o Friburguense não deixaria de ser ofensivo, mesmo fora de casa. E assim aconteceu no estádio do Trabalhador. Afinal de contas, não pode ser diferente quando se tem no comando do ataque o artilheiro da Copa Rio. Mais do que segurar uma possível pressão adversária nos minutos iniciais, o Frizão contou com a estrela de Lohan: Jefferson levantou com precisão e o camisa nove cabeceou sem chances de defesa para Arthur. O oitavo gol do jovem goleador colocava o Tricolor da Serra ainda mais perto da decisão.
Toninho Andrade respondeu com duas alterações de imediato. Como conseqüência, os espaços apareceram para os contra ataques do Friburguense. Em um deles, Gleison teve liberdade, mas demorou para definir a jogada. O Resende buscava de maneira pouco organizada, enquanto o Tricolor da Serra era preciso na defesa e esperava uma chance para definir o jogo. E ela aconteceu aos 30 minutos, quando Bidu aproveitou levantamento, subiu no segundo andar e anotou o terceiro para o Frizão.
O destino parecia pintar um dos lados da final em azul, vermelho e branco. E Luiz Felipe contribuiu para tanto com duas grandes defesas em sequência. A cada bola afastada, a vibração de um gol. Jhulliam conseguiu descontar aos 37 minutos, mas Jarles, aos 40 minutos, insistiu em não contrariar o que parecia desenhado e fez o quarto. Um jogo para entrar na história do Friburguense, e recolocar o Tricolor no cenário nacional.
Ficha Técnica
Resende 1 x 4 Friburguense
Copa Rio 2016 - semifinal
Jogo de Volta
12/10/2016 - 15h
Estádio do Trabalhador, Resende - RJ
Renda: R$ 1.425
Público: 205 pagantes / 305 presentes
Árbitro: Daniel de Sousa Macedo
Assistentes: Luiz Antônio de Oliveira e Daniel do Espírito Santo
Resende: Arthur; Muriel (Cássio), Marcelo Costa, Anderson e Dieyson (Iago); Gustavo Moura, Léo Silva (Jhulliam) e Marcel; Wandinho, Robinho e Welber.
Técnico: Toninho Andrade
Friburguense: Luiz Felipe, Léo (Jefferson), Pierre, Diego Guerra, Ricardo; Bidu, Vitinho, Sérgio Gomes e Gleison (Rafael), Lucas e Lohan (Jarles).
Técnico: Merica
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