Friburguense sofre virada do Resende e se aproxima da zona de rebaixamento

No próximo domingo o time comandado por Gerson Andreotti viaja para encarar o Bonsucesso no Rio de Janeiro
quinta-feira, 31 de março de 2016
por Vinicius Gastin
(Foto: Vinicius Gastin)
(Foto: Vinicius Gastin)

Quando o Friburguense virou o placar logo no começo do segundo tempo e controlava o jogo, a vitória parecia desenhada. No entanto, Marcelo Cabo tinha uma arma no banco de reservas: Borja. O atacante paraguaio foi a campo para infernizar a defesa tricolor e anotar dois gols, decretando um novo vira-vira na noite da última quarta-feira, 30 de março, no estádio Eduardo Guinle. O placar final de 3 a 2 a favor do Resende em Nova Friburgo aproxima o Frizão perigosamente da zona de descenso. No próximo domingo, 3, o time comandado por Gerson Andreotti viaja para encarar o Bonsucesso no Rio de Janeiro. A partida está confirmada para o estádio de Moça Bonita, em Bangu, às 15h30.

Emoção no fim

Bidu e Ronaldo, considerados titulares do Friburguense, não se recuperaram a tempo. Desta forma, o técnico Gerson Andreotti repetiu a formação do duelo com a Cabofriense. A diferença, de fato, era a condição climática e o gramado. Se o piso estava em boas condições e não havia vento, a chuva — ainda que bastante fina — não deu trégua.

No mesmo ritmo intenso que a grama escorregadia sugeria, o Frizão começou pressionando o Resende. Logo no primeiro lance, Sérgio Gomes levantou na direção de Jefinho, que por muito pouco não alcançou. A equipe se manteve no campo ofensivo, e depois de um levantamento, Jorge Luiz emendou de primeira para a defesa de Arthur. Os visitantes responderam com a boa jogada de Iuri, que bateu cruzado para dentro da área. Wandinho apareceu e desviou para a boa intervenção de Marcos.

O Friburguense insistiu pela direita, onde Sérgio Gomes dava opção juntamente com Caíque e Gleison. Este último errou o alvo de cabeça quando Jefinho arrancou por aquele setor e fez o passe por elevação, aos 15 minutos.

Com a posse de bola, o Tricolor da Serra apresentava como arma em seu repertório os cruzamentos à grande área. Em um deles, aos 22 minutos, Caíque escorou o levantamento de Jefinho para as redes, mas o bandeira assinalou impedimento. Aos 30, Sérgio Gomes recebeu de Caíque na ultrapassagem e bateu cruzado. Thiago Sales fechou junto com Gleison e evitou a finalização.

Ao contrário do esperado, o Resende não marcava à pressão, mas sim, por zona. Jorge Luiz, por exemplo, encontrava espaços para carregar a bola e pensar o jogo. O alvinegro do Vale, por sua vez, limitou-se aos escanteios para se aproximar da meta defendida por Marcos.

Aos 41, Vitinho apareceu no ataque, recebeu o passe, venceu a marcação e bateu. A bola passou por Arthur, mas a zaga afastou em cima da linha. O que parecia improvável aconteceu no último minuto: Rogério aproveitou cobrança de falta de Robinho, subiu mais que a marcação e abriu o placar para o Resende. O futebol, às vezes intrigante, também tem os seus momentos de justiça. Ainda antes do intervalo, Caíque usou a cabeça para igualar o marcador.

Borja muda o jogo

Disposto a encontrar rapidamente o segundo gol, o Friburguense iniciou o segundo tempo em ritmo acelerado. Logo no primeiro minuto, a equipe trocou passes no ataque até a finalização de Sérgio Gomes, obrigando Arthur a fazer boa defesa. Jefinho dominou o rebote e rolou para Jorge Luiz arriscar de perna direita, por cima. Pouco depois, aos três, Jefinho descolou belo passe para Caíque bater por cima do goleiro, com categoria. Gleison apareceu apenas para complementar e colocar o Tricolor em vantagem.

Em jogada parecida, também pela esquerda, Flavinho recebeu em profundidade e rolou para Jefinho escorar na pequena área. Arthur fez defesa sensacional, no reflexo, para evitar o terceiro do Friburguense. O Resende, que até então pouco tinha feito, encaixou bela triangulação aos 19 minutos e buscou o empate. Marcel acionou Muriel, que rolou para Borja finalizar de primeira. Neste exato momento, o atacante paraguaio começava a mudar os rumos do confronto.

Aos 25 minutos, Andreotti fez a primeira alteração enquanto Marcelo Cabo havia mexido duas vezes no elenco do Resende. E o treinador do Frizão foi ousado, ao abrir mão de Zé Victor, volante de contenção, e apostar no meia-atacante Jefferson. Pouco depois, Lohan e Bernardo foram a campo no Eduardo Guinle. “Renovado” fisicamente a mais ofensivo, o Tricolor da Serra partiu para a pressão final, enquanto o Resende teve algumas possibilidades para contra-atacar.

E numa dessas respostas, Borja recebeu na grande área e foi novamente às redes aos 32 minutos. A nova virada alvinegra veio acompanhada da tradicional cera dos jogadores. Primeiro Kim e depois Arthur. Cada lance era valorizado pelos atletas visitantes, que passaram a ter o relógio a favor. O Tricolor passou a explorar o pivô de Lohan, que conseguiu cavar duas faltas na intermediária em sequência.

Nenhuma delas, contudo, levou perigo, diferentemente da tentativa de Gleison, que passou por cima da meta. Nem os cinco minutos de acréscimo ou a ida do goleiro Marcos à grande área foram suficientes para o Frizão buscar o empate. Vai ter emoção — e muita — nas três rodadas finais.

Andreotti liga o sinal vermelho

O Friburguense terá 270 minutos para decidir o seu futuro no campeonato carioca. E a tabela não é simples: depois do Bonsucesso, fora de casa, o Tricolor recebe o Macaé e encerra a campanha na Ilha do Governador contra a Portuguesa. Com apenas três pontos, o Frizão terá que buscar pelo menos um resultado longe de Nova Friburgo para não correr riscos. O sinal vermelho está ligado no Eduardo Guinle.

“O sinal acendeu e de uma forma que não esperávamos. Fomos melhores que o Resende o jogo todo, tivemos chances e não fizemos. Tomamos um gol, o segundo, e sentimos. Tive que arriscar, colocando o time para frente. Bateu o desespero, e temos que trabalhar isso. Faltam três jogos. A luz vermelha está acesa, mas precisamos manter o equilíbrio”, ressalta o técnico Gerson Andreotti.

Visivelmente abatido com o resultado, o treinador do Friburguense pede mais união ao elenco para tentar sair da situação incômoda. “Temos que nos fechar mais. As críticas vão vir, é normal. Mas precisamos encontrar forças. Somos um time organizado e isso é importante dizer. Algumas coisas acontecem no futebol. Tomamos um gol em Cabo Frio em um pênalti que não existiu. Contra o Resende, houve uma inversão do lateral no lance do primeiro gol. Não vejo um time melhor que o nosso. Ficamos a um ponto de classificar na outra fase, e agora vivemos isso. Precisamos nos restabelecer no curto prazo para buscar a vitória contra o Bonsucesso”, pontuou Andreotti.

Ficha Técnica

Friburguense 2 x 3 Resende
Campeonato Carioca 2016 - Taça Rio
4ª rodada
30/03/2016 - 19h30
Estádio Eduardo Guinle, Nova Friburgo - RJ
Renda: Houve troca de garrafas pet
Público: 469 pagantes / 569 presentes

Árbitro: Daniel Victor Costa Silva
Assistentes: Dibert Pedrosa e Thiago Magalhães  

Friburguense: Marcos; Sérgio Gomes, Bruno, Diego Guerra e Flavinho; Zé Victor (Jefferson), Vitinho, Jorge Luiz e Gleison; Jefinho (Lohan) e Caíque (Bernardo).
Técnico: Gerson Andreotti

Resende: Arthur, Muriel, Rogério, Thiago Sales, Gustavo Moura (Borja), Kim, Léo Silva, Robinho, Iuri Pimentel (Denilson), Marcel e Wandinho (Jhuliam).
Técnico: Marcelo Cabo

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