No Brasil é comum ver atletas, sem qualquer apoio vindo de fora, dependendo da ajuda de familiares para poderem se dedicar totalmente a um esporte — ou procurando outros empregos para conseguir custear todos os gastos esportivos.
Além dos atletas, a organização de competições também é prejudicada pela falta de patrocínio. Em Nova Friburgo, a situação não é diferente. As diversas modalidades que existem na região muitas vezes não têm oportunidades para se expandirem por falta de apoio.
O skate downhill é um dos exemplos na cidade do que vem acontecendo. A 3º edição do Friburgo Free-Ride Festival foi adiada por tempo indeterminado pelos organizadores, pois não há apoio para estruturar a competição de maneira que garanta total segurança para os atletas. O evento, que além de ser uma oportunidade para incentivar a pratica do esporte entre os jovens, também fomenta significamente o turismo na cidade por atrair atletas de vários estados do país. “Já aconteceram aqui no Bairro Suíço duas edições que foram bem movimentadas. Esse ano a gente já tinha começado a organizar tudo para que fosse melhor do que nos outros dois últimos anos, mas começaram os epíxilos de verba, desculpas envolvendo a crise e por consequência a falta de patrocínio”, conta Hélio Silva, um dos atletas.
O downhill skate é um esporte praticado em ladeiras, onde os atletas podem chegar a uma velocidade de até 70 km/h. A Região Serrana é considerada pelos praticantes nativos e da capital como a mais adequada para a atividade por haver inúmeras ruas íngremes, com boa pavimentação e pouca movimentação de veículos. Muitos sobem a serra nos finais de semana só para treinarem.
As duas últimas edições que foram realizadas no Bairro Suíço contaram com a presença de atletas de alto nível e muita qualidade técnica. “Os atletas estão sempre evoluindo, na última edição a gente percebeu que o nível de qualidade técnica aumentou muito, então no próximo evento a tendência é que eles venham mais preparados ainda, com isso temos que aumentar também a segurança no local. Só falta aquele apoio para acontecer um evento maneiro”, explicou Felipe Cabral também atleta do esporte.
Apesar de todos os fatores da região serem favoráveis para a realização do evento, os organizadores ainda batalham por patrocínios. “Estamos correndo atrás, mas está complicado. A última edição foi realizada por amor. Começou a faltar tudo, pois não tínhamos apoio, mas como já havíamos divulgado falamos ‘vamos fazer’, e foi no peito e na raça. Por amor ao esporte o evento saiu. Só por isso.” concluiu Alessandro Martins.
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