Entre abraços e sorrisos

quarta-feira, 17 de agosto de 2016
por Jornal A Voz da Serra

EXATOS 352 candidatos disputarão as 21vagas da Câmara Municipal de Nova Friburgo nas eleições deste ano, segundo dados oficiais divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Enquanto durar a campanha, todos são amigos do povo. Pessoas nunca antes vistas no meio político não se incomodam com o sol, o frio, a chuva e com o desconforto das ruas. Apertam as mãos, beijam crianças e distribuem sorrisos ao lado dos idosos. É um show de simpatia com um elemento a mais: nestas eleições, a campanha será mais curta — apenas 45 dias —, o que obriga os candidatos a, literalmente, correr.

E NÃO APENAS isso. Com a proibição do financiamento privado de campanhas, os orçamentos ficaram apertados. Não há espaço para as antigas campanhas suntuosas, quando os showmícios ainda eram permitidos, e havia dinheiro e tempo para promoção de grandes eventos. A situação, hoje, é diferente. Com o cenário atual, os candidatos não têm outra alternativa a não ser partir para o corpo a corpo logo nas primeiras horas da campanha. 

SERÁ PRECISO um preparo olímpico para fazer a campanha “olho no olho” do tipo iniciado terça-feira, 16, em Nova Friburgo. Por outro lado, espera-se que, com o menor volume de recursos circulando — seja por força da lei, seja por efeito da crise que também atingiu os antigos financiadores de políticos — a campanha também seja mais limpa, direta e honesta, dando ao eleitor a oportunidade de avaliar um candidato menos “fabricado” pelos marqueteiros. 

CABERÁ AO eleitorado tirar proveito dessa oportunidade. A cada eleição, nossa jovem democracia torna-se mais madura, com a experiência acumulada ao longo das décadas. Espera-se que o eleitor, mais experimentado, esteja menos disposto a ouvir propostas inexequíveis ou com claras intenções meramente eleitoreiras. 

COM A ONDA de corrupção desnudada pela Operação Lava-Jato, o eleitor também está mais intolerante com as velhas práticas, com os “fichas-sujas”, com os que abusam do poder econômico. Teremos uma campanha com características inéditas para eleitores tomados pelo inconformismo, sofrendo com os efeitos do panorama político-econômico atual. 

TODOS ESSES ingredientes tendem a tornar a campanha que ora começa uma das mais disputadas da história, com resultado absolutamente imprevisível. Independentemente do que ocorra, espera-se que a democracia seja a grande vencedora. E que Nova Friburgo, para os próximos quatro anos, adquira um elenco de políticos comprometidos com o progresso e o desenvolvimento. É o que desejamos.

 

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