Empresas do Polo de Moda Íntima buscam a melhor forma de descartar resíduos

Protocolo de gestão responsável ajuda confecções a reduzirem sobras de tecido em 25%
quinta-feira, 28 de junho de 2018
por Jornal A Voz da Serra
Empresas do Polo de Moda Íntima buscam a melhor forma de descartar resíduos

As empresas do Polo de Moda Íntima de Nova Friburgo e Região que participarão da Fevest, a Feira Brasileira de Moda Íntima, Praia, Fitness e Matéria Prima, que começa dia 4 de julho no Nova Friburgo Country Clube, estão preocupadas com a destinação correta dos resíduos de produção. Em 2015, um protocolo de Gestão Responsável dos Resíduos da Indústria da Confecção foi elaborado para ajudar empresas do ramo a reduzir em 25% suas sobras de tecido, numa parceria do Sistema Firjan com a empresa friburguense Lucitex.

Segundo a gerente da marca, Letícia Layola, é utilizado, por exemplo, um software para o corte das peças e 80% do tecido é aproveitado. Ou seja: apenas 20% é descartado e de forma correta (duas a três toneladas de tecidos por mês), por meio de uma empresa autorizada a fazer o serviço, que, inclusive, também pretende utilizar parte desses resíduos para fabricação de proteção para automóveis. A marca também doa bojos, tecidos e laços para artesãos de Nova Friburgo.

A CCM, empresa friburguense que também estará na Fevest 2018, assim como a Lucitex, armazena seus resíduos em um galpão e, a cada 15 dias, a Consensus Friburgo – Gerenciamento de Resíduos, busca esse material para dar a destinação correta, e fornece o Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR), documento obrigatório.A partir das informações do Manifesto, os órgãos ambientais conseguem monitorar e controlar a movimentação de resíduos perigosos nos âmbitos estadual e interestadual, além de combater a comercialização ilegal e o descarte irregular desse tipo de lixo. Mas nem tudo vai parar no lixo, segundo Rodrigo Tardin Guerardt, supervisor de manutenção da CCM:

“No dia do Colaborador (25 de maio – Dia da Costureira), fabricamos 200 mochilinhas para dar de presente aos colaboradores. Também fabricamos tanguinhas, e doamos sacos de aparas para artesãos”. Assim como a Consensus, a Cerfra – Centro de Reciclagem Fragoso, que até pouco tempo tinha apenas sua sede em Cachoeiras de Macacu, recentemente se instalou em Nova Friburgo, “para oferecer solução em gestão de resíduos e destinação adequada às confecções do polo de moda íntima, praia e fitness”, informaram os empresários José Geraldo Fragoso de Queiroz e sua esposa Karine. Depois de muitos estudos, pesquisas e licenças ambientais para atuar, a empresa se prepara para coletar, fazer triagem e dar a destinação adequada aos resíduos têxteis.

Reduzir o impacto no meio ambiente

Segundo Léo Rodrigues, empresário do setor de moda íntima local e conselheiro no Fórum da Moda da Firjan, o impacto social e ambiental com relação aos resíduos têxteis estará solucionado. Seu otimismo deve-se às pesquisas que faz em busca de novas tecnologias para resolver a questão. Em contato com a Uerj, por exemplo, Leo acompanha o desenvolvimento de uma máquina, que está sendo chamada de Recicladora, que tem como objetivo transformar em pó os resíduos sólidos do polo e, junto com outros materiais, ser útil para a construção civil e até mesmo à movelaria.

Essa grande teia formada por atores do Polo de Nova Friburgo e Região, conta com o apoio da prefeitura, por meio da secretaria municipal de Meio Ambiente, que criou recentemente a gerência de Resíduos Sólidos, tendo à frente Dalva Brust. Segundo ela, empresas formais descartam corretamente de 300 a 400 toneladas por mês, de resíduos têxteis.

“Sabemos que ainda há muito o que fazer para reduzir esse impacto no meio ambiente. Por isso estamos em um momento de incentivar a formalização, orientar e aproximar essas empresas das que já fazem o descarte correto. São retalhos pequenos, fios variados e altamente infláveis, mas um resíduo extremamente rico, que pode servir, inclusive, para reforma de mobiliário urbano da cidade. A responsabilidade deve ser compartilhada com o cidadão, que consome, o comércio, que vende, a prefeitura, que fiscaliza, e a indústria, que produz”, destaca Dalva.

A empresa EcoModas, que produz alpargatas ecologicamente corretas, reaproveita resíduos das confecções. A palmilha é proveniente do reaproveitamento de espumas de bojos e o solado é feito a partir da reciclagem de plásticos retirados do meio ambiente. O forro do calçado, usado na parte interna, é oriundo da reciclagem de garrafa pet. Até mesmo o processo de estampa usada para ilustrar o forro é feito de maneira limpa sem agredir o meio ambiente.

Mais informações sobre a Fevest em www.fevest.com.

 

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