Quando ele entra no octógono, o jeito único de lutar logo o identifica. Arrojado e dono de um chute potente, Edson Barboza costuma protagonizar alguns momentos marcantes aos amantes do UFC. E assim aconteceu em dois dos três combates em que esteve envolvido no ano de 2015. Recentemente, aconteceu a eleição das dez melhores lutas da temporada passada, e o friburguense está presente na terceira e oitava colocações, nos duelos contra Tony Ferguson e Paul Felder, respectivamente.
“Estou muito feliz por ter duas lutas nomeadas entre as melhores do ano. Eu tenho certeza que 2016 tem algo muito melhor por vir, pois eu estou pronto para isso”, escreveu o lutador em seu perfil numa rede social.
Com uma vitória e duas derrotas em 2015, Edson Barboza encerrou o ano na oitava colocação do ranking dos pesos leves do UFC. O brasileiro Rafael dos Anjos é o atual líder e detentor do cinturão da categoria, seguido por Anthony Pettis, Khabib Nurmagomedov e Donald Cerrone. O friburguense possui um retrospecto de 16 vitórias - seis delas ainda no primeiro round - e apenas quatro derrotas. São nove triunfos por nocaute e um por finalização. Barboza detém outras marcas importantes, como o fato de ser o único atleta que nocauteou por chute na perna, no corpo e também na cabeça. O mais famoso deles é o “chute rodado” que derrubou Terry Etim em 2012 e foi eleito um dos nocautes mais bonitos da história da franquia.
“Algumas pessoas me conhecem por causa daquele chute, mas eu já mostrei mais do que isso no UFC. Sou o único atleta que nocauteou por chute na perna, chute no corpo e chute na cabeça. Alguns comentaristas dizem que estou entre os três melhores chutadores do MMA. Mas acho que esse chute me ajudou muito, com certeza”, avalia.
As lutas que foram top-10 em 2015
A terceira colocada entre as melhores lutas de 2015 não teve resultado positivo para Edson Barboza. No entanto, tornou-se marcante pela intensidade e qualidade técnica demonstrada pelo friburguense e pelo americano. Edson buscava sua segunda vitória seguida, enquanto Ferguson somou a sétima vitória seguida. O combate, realizado na madrugada do dia 12 de dezembro, terminou aos dois minutos e 54 segundos do segundo round.
Os primeiros segundos foram rápidos e levantaram a torcida. Ferguson encontrou um espaço para puxar uma chave de perna rapidamente. No chão, o americano acabou acertando um chute no rosto de Edson, que estava três apoios no chão. Com isso, perdeu um ponto. Após a parada para a punição, o combate continuou intenso, com bons socos de Ferguson, outros chutes interessantes de Barboza, que ainda acertou alguns de seus golpes rodados e precisos.
A intensidade seguiu durante o segundo round. Os dois lutadores sofreram com golpes no rosto, sangrando muito perto dos olhos. O sangue, no entanto, não freou a pressão que vinha dos dois lados. Em dado momento, o americano conseguiu derrubar o brasileiro e segurar o pescoço, encaixando uma finalização. Não dava mais para sair da posição, e Edson acabou perdendo.
Contra Felder, o reencontro com a vitória
Na madrugada do dia 26 de julho, Edson Barbosa voltava ao octógono do UFC para tentar se recuperar da derrota para Michael Jhonson, em fevereiro. Disputado o tempo todo em pé e extremamente técnico dos dois lados, o duelo terminou com vitória de Barboza sobre Paul Felder por decisão unânime (triplo 29-28). De quebra, o friburguense acabou com a invencibilidade do americano, que ostentava um cartel de dez triunfos.
“Foi uma grande luta, ele é um cara duro. Espero que o UFC me dê alguém acima de mim no ranking. Nunca me senti assim antes. Quero grandes guerras”, disse à época, empolgado pela vitória que acabara de conquistar.
A luta, de fato, esteve à feição do friburguense, e começou com os atletas trocando golpes em pé. Felder andava para frente e controlava o centro do octógono, enquanto Edson se movimentava e procurava utilizar os chutes no corpo. O olho direito do brasileiro já apresentava um inchaço na metade do primeiro assalto. Ao aplicar um chute rodado, acabou acertando de forma involuntária a região genital do americano, que caiu sentindo muita dor. Felder se recuperou e aplicou chute alto na guarda do rival. Pouco depois, outro chute entrou na altura das costelas de Barboza.
Edson voltou com um chute rodado na linha de cintura do americano, que absorveu bem. O brasileiro esquivou de uma cotovelada e colocou bom contragolpe de esquerda. Um gancho na linha de cintura foi conectado no americano, e o brasileiro tentou uma queda para garantir o round, mas foi rechaçado. Faltando cerca de 20 segundos para acabar, Felder aplicou joelhada voadora de encontro, e Edson respondeu com combinação terminando em chute baixo.
A troca de golpes em pé seguiu no terceiro round, sempre com muita técnica dos dois lados. Após um chute na linha de cintura, Edson bloqueou bem o golpe rodado do americano. Edson se livrou bem de dois chutes de Felder que passaram no vazio e conectou chute na linha de cintura. O americano tentou provocar batendo no abdômen e buscou a queda, mas Barboza se defendeu, esperou o cronômetro zerar e saiu comemorando.
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