De volta ao Frizão, Marcos recorda pênalti contra o Vasco e projeta 2016 melhor

Aos 48 minutos do segundo tempo, o time cruzmaltino teve um pênalti para cobrar, quando o Frizão vencia por incríveis 5 a 4
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
por Vinicius Gastin
Experiente, Marcos deve reassumir a titularidade do gol tricolor em 2016 (Foto: Vinicius Gastin)
Experiente, Marcos deve reassumir a titularidade do gol tricolor em 2016 (Foto: Vinicius Gastin)

O dia 4 de abril de 2015 não sairá da memória dos mais de 4 mil presentes ao Eduardo Guinle naquela noite. Tampouco de qualquer friburguense que tenha acompanhado o duelo entre o Tricolor da Serra e o Vasco da Gama. Menos ainda da memória do goleiro Marcos. No último lance da partida, aos 48 minutos do segundo tempo, o time cruzmaltino teve um pênalti para cobrar, quando o Frizão vencia por incríveis 5 a 4. De um lado, o atacante Gilberto, artilheiro do campeonato carioca. Do outro Marcos, que voou no canto direito para defender em dois tempos e fazer explodir o lado azul, vermelho e branco do estádio. Mais do que isso: a vitória, consolidada com a defesa da penalidade, praticamente eliminou as possibilidades de rebaixamento do time de Gerson Andreotti.

Nove meses depois do jogo histórico, Marcos volta para Nova Friburgo e disputará o sexto estadual da carreira com a camisa do Friburguense. O jogador se apresentou logo depois do recesso de ano novo, e como estava em atividade na cidade natal, apresentou boa forma. Ele, inclusive, atuou como titular no amistoso do último sábado, 9, contra o Itaboraí, em Cachoeiras de Macacu. Em busca de novas histórias pelo clube, o goleiro relembra com carinho da partida contra o Vasco.

“Não tem como esquecer jamais. É uma jogada que marca a trajetória e a carreira de um jogador. Foi um lance que talvez tenha decidido a história de um campeonato, diante de uma equipe grande. Graças a Deus fui abençoado com a oportunidade de fazer essa defesa e ajudar o Friburguense, que precisava da vitória. Lá na minha terra teve até festa, com muitos vídeos gravados. A galera contou que estava pelos bares da cidade e até cadeiras quebraram na hora da defesa (risos). Quando voltei pra lá, a galera tirou fotos e pediu autógrafos por conta desse lance, que realmente marca para o resto da vida”, recorda-se Marcos.

Logo depois do estadual de 2015, Marcos voltou para o Piauí. Havia a possibilidade de retorno para defender o Frizão na Copa Rio, mas o goleiro de 31 anos optou por permanecer na própria cidade. Por lá, defendeu a Sociedade Esportiva de Picos na segunda divisão do estado. “Foi muito bom. Fui contratado pelo time da minha cidade para ajudar a subir para a primeira divisão. O clube estava há dois anos sem jogar, e por isso, automaticamente, foi rebaixado”, conta.

“Fizemos um bom campeonato e subimos invictos. Infelizmente, na grande decisão, houve alguns erros dentro do clube e isso atrapalhou um pouco. Não fomos campeões, mas atingimos o objetivo. Fiquei três meses com minha família, meu filho e amigos. Matei a saudade de todos trabalhando, e ainda ajudei um dos times do meu coração a subir. O outro clube que amo, e que talvez já seja o meu primeiro, é o Friburguense, claro”, brinca.

De ânimo renovado, Marcos terá como companheiros de posição os jovens Afonso, Léon e Jorge Luiz. Titular nos campeonatos estaduais de 2011, 2012 e 2015, rompeu os ligamentos do joelho direito e operou imediatamente. O goleiro sofreu a lesão quando defendia o Madureira, no início de 2012, e voltou a atuar pelo Frizão na última temporada.

Goleiro fala em “menos liberdade”

Com bastante tempo de casa, Marcos já fez parte de vários elencos e viveu as mais variadas emoções pelo Friburguense, desde o rebaixamento, em 2011, ao retorno à série A do estadual, o vice-campeonato da Copa Rio e o quase acesso para o Brasileiro da série C. Com o respaldo desse histórico, o goleiro faz uma breve avaliação sobre o rendimento da equipe no campeonato carioca de 2015. De acordo com ele, o “excesso de liberdade” pode ter atrapalhado a busca pelos resultados na última temporada.

“Isso é normal dentro de um clube que acolhe muito bem os jogadores. Aqui se dá liberdade de trabalho, o que às vezes é confundido em alguns casos. Conversei com o Siqueira sobre a necessidade de observar essa questão. Precisamos de resultados melhores e títulos, pois todos os clubes vivem disso. Isso atrai patrocinadores, oportunidades e tudo melhora”, observa Marcos.

Da sinceridade ao otimismo, Marcos garante que já sente mudanças em alguns aspectos, mesmo com apenas três semanas de pré-temporada. “Acredito que o trabalho está sendo muito bem feito. Cheguei aqui no clube agora e já observei várias coisas diferentes. Tenho certeza que esse ano as vitórias irão aparecer”, acredita ele.

A nova fórmula do campeonato carioca e a tentativa de esvaziá-lo – até mesmo por parte de clubes como Flamengo e Fluminense - preocupam o goleiro do Friburguense. Marcos alerta para a necessidade de o Tricolor da Serra buscar a afirmação no cenário do futebol nacional o quanto antes. O jogador cita o River, do Piauí, como exemplo para inspirar o Tricolor da Serra em 2016.

“É preciso demais que o Friburguense consiga dar esse passo. Estão afunilando a situação para os clubes considerados pequenos, e precisamos fazer como o River do Piauí, da minha terra. Eles subiram para a série C do Brasileiro e resgataram um pouco do futebol do meu estado, que estava praticamente morto. O Sampaio Correia, do Maranhão, na série B, é outro exemplo. O Friburguense precisa conseguir a vaga, chegar firme na série D e subir. Dessa forma poderemos resgatar o futebol do interior do Rio e ficar no patamar das equipes que jogam as quatro divisões do futebol nacional”, acredita Marcos.

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