O novo bispo de Nova Friburgo, d. Edney Gouvêa Mattoso, quarto bispo da Diocese do município, foi empossado na tarde de sábado, 13, em cerimônia que começou às 17h30, na Catedral São João Batista, e terminou com missa solene na Praça Dermeval Barbosa Moreira, às 21h15. Em seu discurso de posse, d. Edney anunciou a realização da Assembleia Diocesana de Pastoral, ainda sem data marcada, vivência do evangelho voltado, inclusive, para as questões sociais, obediência às leis de Deus e a dignidade humana, entre outras medidas.
A cerimônia começou na porta da catedral, quando ele foi recebido por d. Alano Maria Pena (presidente da Província Eclesiástica de Niterói) e monsenhor Antonio Stael de Souza (vigário geral da Diocese), que lhe ofereceu o crucifixo para ser beijado e o aspersório com que o bispo aspergiu todos os presentes. Em seguida, acompanhado de d. Lorenzo Baldisseri (núncio apostólico do Brasil), e d. Rafael Cifuentes, dirigiu-se ao altar e ouviu algumas palavras de d. Lorenzo. O padre Gelcimar Petinati Celeste, chanceler do bispado, fez a leitura das letras apostólicas enviadas pelo Papa Bento XVI, seguindo-se assinaturas do livro de ata. O Núncio Apostólico lhe entregou o báculo, símbolo do poder e o conduziu até a Cátedra, descerrando também o seu brasão, cujo lema diz Fiat Voluntas Tua, que quer dizer Seja feita a Tua vontade. Os bispos, clero diocesano e padres de outras dioceses se aproximaram enquanto o coral entoou Veni Creator Spiritus (Vem Espírito Criador).
Em seguida houve saudação, iniciada pelo monsenhor Stael, que falou em nome do clero. Luiz Carlos Pugiali (assessor de estado de relações institucionais) representou o governador Sérgio Cabral; em nome do governo municipal e demais chefes de Executivo da região, o prefeito Heródoto Bento de Mello proferiu discurso, e José Carlos Madeira falou em nome dos leigos.
D. Edney Gouvêa Mattoso se dirigiu à sacristia com os demais bispos para se paramentar e seguiu a procissão de entrada até o altar da Praça Demerval Moreira, para a celebração eucarística, enquanto o coral cantou a Marcha da Igreja. D. Alano Pena, arcebispo de Niterói, fez a saudação e d. Edney conduziu a celebração.
A liturgia abordou a alegria de um novo pastor, a ovelha perdida e o filho pródigo. A homilia foi conduzida por d. Rafael Llano Cifuentes, interrompido várias vezes pelos aplausos da multidão, que assim se expressou: “Durante meses pedimos a união de todos para rezar em torno do novo bispo, quis a providência divina que o escolhido fosse um bispo que tem a alegria de um jovem e o entusiasmo e a sabedoria de um ancião. Algumas pessoas me perguntaram: o senhor conhece o novo bispo, o que nos espera? E eu dizia: além de um pastor, d. Edney tem o carinho de um pai e o amor de uma mãe por seus filhos. Para mim, o Papa Bento XVI escolheu não só um bispo para o governo da Diocese, mas um grande amigo de longas jornadas. Peço a todos que se unam a d. Edney e que rezemos para que ele possa fazer um grande pastoreio”, frisou d. Rafael.
Ainda presentes estiverem d. Orani João Tempesta (arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro), d. José Palmeira Lessa (arcebispo de Aracaju), d. Frei João Maria Messi (bispo de Barra do Piraí – Volta Redonda), d. Edson de Castro Homem (bispo auxiliar do Rio de Janeiro), d. Wilson Tadeu Jönck (bispo auxiliar do Rio de Janeiro), d. Antonio Augusto Dias Duarte (bispo auxiliar do Rio de Janeiro), d. Roberto Gomes Guimarães (bispo de Campos) e d. Roberto Francisco Ferreria Paz (bispo auxiliar de Niterói). Entre as autoridades estiveram os vereadores Marcelo Verly e Pierre Moraes, os deputados Glauber Braga, Rogério Cabral Luiz Sérgio e Hugo Leal; o secretário de Governo, Braulio Rezende, o major Gláucio, do Corpo de Bombeiros, e o pastor Armindo Müller (Igreja Luterana), entre outros.
O discurso de d. Edney Gouvea Mattoso
Querido povo da Diocese de Nova Friburgo, não quis falar de improviso para não ser traído pela emoção, que é muito grande. Agradeço a Deus pelos amigos, que são muitos aqui presentes, todos os membros das paróquias por onde passei, tantas congregações religiosas, masculinas e femininas, destaco aqui as Irmãs do Bom Conselho e através delas agradeço a todas.
Lembro dos meus tempos de seminário com o cardeal emérito D. Eugênio Sales, que se faz muito presente aqui, na pessoa de dom Karl Josef Romer. Quero saudar com muita reverência e carinho meu antecessor, d. Rafael Llano Cifuentes (presidente do Regional Leste 1), e para mim um verdadeiro pai e conselheiro; saúdo com grande afeto d. Alano Maria Pena, 2° bispo diocesano e grande amigo; saúdo d. Clemente Isnard, que mesmo ausente é sempre muito lembrado por todos nós.
Vocês encontrarão no bispo atitude respeitosa e cortês. Anunciarei o evangelho inclusive em questões sociais, serei veemente em condenar toda ofensa pública à lei de Deus e à dignidade humana. Queremos uma igreja que caminha em luzes, sem sombras, o anúncio do evangelho é a luz que dá semente a nossa existência. Desde a nomeação procurei entender mais sobre a Diocese de Nova Friburgo.
Permanecerei sempre na defesa social. Permanecerei sempre atento ao cumprimento da doutrina social da igreja, principalmente na defesa dos menos favorecidos, na instituição familiar, na promoção dos valores humanos e cristãos e no respeito à vida, desde a sua concepção até o seu declínio natural. Entre outras prioridades no coração do novo bispo está a atenção à vivência do ecumenismo com outras confissões cristãs, o permanente diálogo interreligioso, sempre com respeito às diversidades.
Trabalharei para que o diálogo seja cultivado no coração de nossas crianças e jovens, nesse sentido, valho-me nesta oportunidade para anunciar a realização de uma Assembleia Diocesana dedicada à elaboração do Plano de Pastoral de Conjunto, para emergir uma nova igreja friburguense, com todos os seus confrontos. Igreja de Nova Friburgo, eu estarei lá onde vocês estiverem.
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