CPI da Saúde estuda prorrogação de prazo por mais 30 dias

Última das 27 testemunhas ouvidas foi empresário que já prestou serviço ao Raul Sertã
sábado, 18 de maio de 2019
por Paula Valviesse (paula@avozdaserra.com.br)
Contratos que estão sob investigação da CPI da Saúde (Arquivo AVS)
Contratos que estão sob investigação da CPI da Saúde (Arquivo AVS)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada pela Câmara de Vereadores de Nova Friburgo para investigar supostas irregularidades em contratos emergenciais de fornecimento de alimentação para os funcionários, pacientes e acompanhantes do Hospital Municipal Raul Sertã, firmados entre a prefeitura e a empresa Global Trade Indústria de Alimentação, iniciou na última semana a construção do relatório final. Mas em decorrência do tempo tomado pelos depoimentos, a comissão estuda um pedido de prorrogação.

Pelo tempo regimental, a CPI tem a duração de 150 dias, prorrogáveis, caso seja necessário. Antes de encerrar os depoimentos, os membros da comissão tinham considerado manter o prazo final para conclusão do relatório em 17 de junho, mas agora estudam a possibilidade de prorrogação por mais 30 dias. Segundo o presidente da CPI da Saúde, vereador Johnny Maycon (PRB), para isso é preciso que todos os integrantes votem favoravelmente e que a proposta seja apresentada e aceita pela maioria do plenário, em sessão ordinária.

“Estamos transcrevendo todos os depoimentos e também elaborando o relatório. Por questões de segurança, existe a proposta de pedir uma prorrogação de 30 dias. Foram muitos depoimentos e algumas pessoas chegaram a ser ouvidas por mais de três horas. Marcamos uma reunião da comissão para definir isso e, caso seja aceito por todos os membros, o pedido deve ser levado ao plenário na próxima semana, já as sessões ordinárias da última terça-feira, 14, e da quinta-feira, 16, não aconteceram em decorrência da solenidade de entrega da Comenda Barão de Nova Friburgo e dos títulos de cidadania e ainda o feriado de aniversário da cidade”, explicou o presidente da CPI.

Última testemunha foi empresário que já prestou serviço ao hospital

Ao todo, a CPI ouviu 27 pessoas, entre elas nutricionistas e ex-nutricionistas do Hospital Municipal Raul Sertã, servidores das secretarias de Saúde, da Controladoria Geral da prefeitura e da unidade de saúde, funcionários e ex-funcionários da empresa Global Trade e o ex-secretário de Saúde, Christiano Huguenin, e a atual gestora da pasta, Tânia Trilha.

O último depoimento prestado foi do proprietário da empresa Nutryenerge, que prestou serviço de alimentação no Hospital Municipal Raul Sertã antes da empresa Global assumir o contrato. Segundo Johnny Maycon, o comparecimento de um representante da empresa que geriu o serviço em um contrato anterior e que também participou da cotação para o contrato emergencial talvez tenha sido um dos mais importantes.

“Esse depoimento foi crucial para compreendermos como a Global assumiu o serviço de alimentação do hospital, agora vamos detalhar o passo a passo da contratação”, afirma o parlamentar. Avaliando o andamento dos trabalhos até o momento, o presidente da CPI considera que tanto a etapa de levantamento de documentações, diligências e  depoimentos foram muito produtivas.

“Não conseguimos notificar algumas pessoas para comparecer à Câmara e testemunhar, mas as principais foram ouvidas. Infelizmente a opção do proprietário da Global de permanecer em silêncio durante o depoimento foi o que nos trouxe mais dificuldades, mas já conseguimos consolidar uma boa base de investigação. Estamos analisando todos os processos e o quebra-cabeças está encaixando muito bem”, argumenta Johnny Maycon.

 

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TAGS: saúde | CPI | Governo
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