Comum em gatos, esporotricose pode ser transmitida a humanos

A boa notícia é que doença tem cura e diagnóstico pode ser feito em clínicas veterinárias
sábado, 17 de fevereiro de 2018
por Guilherme Alt
Vivian, Damien e Margot: vencendo a esporotricose (Foto: Álbum pessoal)
Vivian, Damien e Margot: vencendo a esporotricose (Foto: Álbum pessoal)

Com maior incidência nos gatos, a esporotricose é uma doença ligada a micoses subcutâneas. Ela pode afetar outros animais, além dos gatos, e humanos. Nos gatos, as manifestações clínicas da esporotricose são variadas. Os sinais mais observados são as lesões ulceradas na pele, ou seja, feridas profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente. Além da pele, ela também pode afetar os vasos linfáticos próximos a ela, além de ossos, pulmão e articulações.

De acordo com o Instituto nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) - a unidade que pesquisa a esporotricose - embora já tenha sido relacionada a arranhaduras ou mordeduras de cães, ratos e outros pequenos animais, os gatos são os principais animais afetados e podem transmitir a doença para os seres humanos. O fungo causador da esporotricose geralmente habita o solo, palhas, vegetais e também madeiras, podendo ser transmitido por meio de materiais contaminados, como farpas ou espinhos. Animais contaminados, em especial os gatos, também transmitem a doença, por meio de arranhões, mordidas e contato direto da pele lesionada.

 Ainda de acordo com o INI, nos gatos, as manifestações clínicas da esporotricose são variadas. Os sinais mais observados são as lesões ulceradas na pele, ou seja, feridas profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente. A esporotricose está incluída no grupo das micoses subcutâneas.

Também conhecida como doença de jardineiro, ela possui tratamento, tem cura e o diagnóstico dos animais já pode ser feito na maioria das clínicas veterinárias. Por isso, não abandone, maltrate ou sacrifique o animal com suspeita de esporotricose.

Formas de contrair a doença:

Cutâneo-localizada

A esporotricose cutâneo-localizada se caracteriza por um nódulo avermelhado e pode ser duro com superfície áspera ou ulcerado. Além dos membros superiores, essa forma da doença pode atingir as mucosas também, como os olhos e a boca.

Cutâneo-linfática

Forma mais frequente da doença, a esporotricose cutâneo-linfática é caracterizada por um nódulo ulcerado e que, a partir dele, forma-se um cordão endurecido que segue por um vaso linfático em direção aos gânglios. Ao longo desse cordão, outros nódulos são formados e que também podem ulcerar.

Cutâneo-disseminada

As lesões nodulares que se apresentem na forma cutâneo-disseminada da esporotricose se disseminam por toda a pele e é mais comum ocorrer em pacientes imunodeprimidos (indivíduos que tem as suas defesas imunológicas fracas e é facilmente contagiado por vírus ou bactérias).

Vencendo a esporotricose

Vivian Leite é webdesign, atualmente vivendo no Canadá

“Nós meio que queríamos um gato, e eu e o meu marido, Damien, concordamos em adotar, caso "aparecesse" algum em nossas vidas. Então, certo dia, surgiu Margot. Márcio e Christiano a resgataram das ruas assim que ela foi abandonada, ainda filhote, muito doente com esporotricose, uma zoonose séria de tratamento longo, que pode, e muitas vezes, leva à morte. Decidir ficar, foi complicado. Estávamos considerando nos mudarmos para o Canadá, e a previsão do tratamento, além de longo, era caro. Mas nossos corações simplesmente queriam a gatinha. Então resolvemos adotar. Não foi fácil. No começo, ela tinha que ficar isolada em uma gaiola e tínhamos que usar luvas e máscaras para cuidar dela, já que a doença é transmissível. Tivemos auxílio financeiro para equipamentos e remédios, e até apoio emocional, por parte do Márcio e do Christiano. Eles nos ajudaran muito nesse processo todo e seremos eternamente gratos a eles. Tivemos que tratá-la por 9 meses, dando remédios orais diariamente, o que é um verdadeiro pesadelo pra quem tem gatos e para o próprio gato, e o tratamento só efetivamente terminou no Canadá. No meio desse processo, por causa da doença, ela perdeu uma parte do focinho. Mas hoje, Margot está totalmente curada. Foi uma verdadeira luta, mas vê-la saudável e feliz, valeu cada suor e lágrimas dessa trajetória.”

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