Começa obra de desobstrução da RJ-116, na serra

Ainda sem previsão, rodovia pode ser liberada em meia pista ainda neste sábado
sábado, 12 de outubro de 2019
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
Duas retroescavadeiras começam a mexer na encosta que deslizou (Fotos: divulgação Rota 116)
Duas retroescavadeiras começam a mexer na encosta que deslizou (Fotos: divulgação Rota 116)

Começou às 7h05m deste sábado, 12, os serviços de desobstrução do trecho do Km 53,3 da RJ-116, em Cachoeiras de Macacu. Operários, máquinas e caminhões estão fazendo a retirada da barreira que desceu para a pista na manhã da última quinta-feira, 10. De acordo com informações da concessionária Rota 116, estão envolvidos na operação cerca de 40 operários, seis máquinas e sete caminhões. “O objetivo é fazer o serviço com segurança para que a ligação entre os municípios de Cachoeiras de Macacu e Nova Friburgo possa ser restabelecida ainda hoje (sábado), mesmo que parcialmente”, informou a empresa em nota.

O local onde a rodovia está interditada fica a aproximadamente quatro quilômetros da Praça de Pedágio 2, na localidade de Boca do Mato. Motoristas que circulam em direção a Nova Friburgo e cidades do Centro Norte do estado devem na altura do Km 33, em Cachoeiras, entrar na RJ 122 (sentido Guapimirim) e seguir até a BR-116 para depois pegar a RJ-130 (Teresópolis - Friburgo. O sentido inverso é o mesmo.

Outra opção é usar a Serramar (RJ-142), onde é proibida a circulação de caminhões. Por essa via o motorista chegará à BR-101 no município de Casimiro de Abreu.

Por determinação da Defesa Civil de Cachoeiras de Macacu, baseada em laudo técnico do Departamento de Recursos Minerais (DRM) do governo do estado, foi necessário aguardar 24 horas sem chuva para que a Rota 116 pudesse  iniciar os trabalhos de desobstrução da RJ-116.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Cachoeiras, Rodrigo Amaral, a RJ-116 ficou completamente interditada desde as 10h30 da última quinta-feira por questões de segurança.  

Após a vistoria dos geólogos do DRM, o órgão recomendou que as pedras e terra que desceram da encosta não fossem removidas "até que se estabeleça um cenário de maior segurança, ou seja, que não tenha previsão de chuva e que o solo não se encontre saturado. Recomenda-se ainda que a interdição da via dure pelo menos 24 horas sem chuva devido à instabilidade dos blocos contidos na massa mobilizada". O laudo foi produzido pelo Núcleo de Análise e Diagnóstico de Escorregamentos do DRM.

A boa notícia é que, de acordo com o Instituto Climatempo, não há previsão de chuva para os próximos dias em Cachoeiras de Macacu. Segundo voluntários da Cruz Vermelha de Nova Friburgo que estão prestando ajuda no local, parou de chover logo após o desmoronamento. 

Segundo o laudo do DRM, trata-se de um "escorregamento de grande porte, com 50 metros de altura e 35 metros de largura, composto por blocos de rocha alterada envolvidos por uma escassa matriz de solo. O rompimento ocorreu devido ao intenso faturamento observado nas rochas com alta possibilidade de infiltração de água no sistema. Apesar do volume de material mobilizado, não houve danos e não há casas próximas à estrada com risco de serem atingidas pela reativação deste evento. A encosta apresenta árvores inclinadas no topo e possibilidade de novos rompimentos".

 Por pouco não aconteceu uma tragédia: o tráfego foi interrompido cerca de uma hora antes do desmoronamento. Algumas pedras rolaram por volta das 8h  sobre a terceira faixa, dando tempo à Rota de sinalizar o trecho e acionar operadores. 

Os ônibus da Auto Viação 1001 também estão sendo desviados por Teresópolis, num percurso 40 km maior. Segundo a 1001,  passageiros com viagens rodoviárias pela Região Serrana entre os dias 10 e 14 de outubro podem fazer o cancelamento sem multa ou revalidar a passagem caso a origem ou destino seja Cachoeiras de Macacu.

 

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