Chuva deve continuar, com poucas brechas de sol, até o fim do mês

Climatempo prevê nova frente fria; Dona Mariana registrou 106,4 mm nos últimos 4 dias; queda de árvore fechou RJ-116 em Mury
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
por Adriana Oliveira (aoliveira@avozdaserra.com.br)
A RJ-116 bloqueada por queda de árvore em Mury (Foto de leitor)
A RJ-116 bloqueada por queda de árvore em Mury (Foto de leitor)

Alguns raios de sol chegaram a animar os friburguenses na manhã desta quinta-feira, 21, mas era só uma “pegadinha”. As chuvas que chegaram junto com a primavera e desde então têm persistido sobre a cidade devem continuar por muitos dias, segundo o Climatempo, que prevê uma brecha de tempo firme apenas para a terça e quarta-feira que vem, 26 e 27.

Na Região Serrana, ainda pode chover a qualquer hora nesta quinta. As áreas de instabilidade devem perder força nesta sexta, 22, e a nebulosidade diminui em todo o estado. O Climatempo aposta em um dia com várias horas de sol, mas não descarta a possibilidade de pancadas de chuva à tarde e à noite. Ainda segundo o instituto, as condições para chuva aumentam no fim de semana com a passagem de outra frente fria pelo litoral fluminense.

Onde tem chovido mais em Friburgo

Em Nova Friburgo, segundo o Instituto estadual do Ambiente (Inea), o Pico do Caledônia registrou o maior acumulado de chuvas nos últimos quatro dias: 98 mm. Conselheiro Paulino registrou 86,8. No Centro da cidade (Praça do Suspiro), o acumulado ficou em 59,6. Choveu mais ainda em Dona Mariana, em Sumidouro: 106,4 mm.

A concessionária Rota 116 registrou oito quedas de árvores na RJ-116. O trecho do Km 72, em Mury, precisou ser interditado desde a tarde até quase 23h desta quarta, nos dois sentidos, para a retirada de árvores que bloquearam a pista e danificaram a rede elétrica. O trânsito foi desviado para a Avenida Hamburgo, antiga linha do trem.

A Defesa Civil negou que tenha acontecido um deslizamento de terra no morro atrás do Hospital São Lucas, ponto muito afetado na tragédia de 2011.

Na RJ-148, sentido Riograndina, uma pedra rolou sobre a estrada na tarde desta quinta, sem causar maiores danos (foto).

A chuva não deu trégua no feriado de Zumbi. Da noite de terça, 19, até a noite de quarta, 20, choveu mais de 100 mm em vários municípios do Norte do Noroeste Fluminense, onde há previsão de chuva de moderada a forte ainda nesta quinta. Segundo o Climatempo, há risco de elevação perigosa do nível de córregos e rios, até de enchentes, além de alagamentos e de deslizamento de terra. O risco de desastre é maior em áreas que já estão com o solo encharcado devido ao excesso de chuva das últimas 24 horas.

Novembro debaixo d'água

As análises meteorológicas já indicaram um novembro muito chuvoso. O motivo são as  mudanças na temperatura da água do mar do Oceano Atlântico Sul, na costa do Sul e do Sudeste, e da circulação dos ventos em vários níveis da atmosfera. O crescente aquecimento que ocorre na América do Sul e a mudança na circulação dos ventos, em diversos níveis da atmosfera, estimula o aumento de nuvens convectivas, formadoras de chuva,  e o início das condições para a formação da Alta da Bolívia, um importante sistema meteorológico que permite a formação e manutenção de grandes áreas de instabilidade sobre o interior do Brasil e que está também relacionado com a organização da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), um canal de umidade que vem da Amazônia em direção ao oceano.

 

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