Luiz Fernando Bachini segue na presidência do Nova Friburgo Futebol Clube por mais um mandato. A confirmação se deu na última terça-feira, 12, quando foram eleitos os novos conselheiros deliberativos. Carlos Arnaldo Bravo Berbert, o Juca, foi reeleito para comandar o conselho, e desta forma, confirmou a escolha de Bachini para mais dois anos à frente do clube. Havia uma expectativa pela montagem de uma nova chapa para concorrer ao pleito, mas de acordo com representantes do Nova Friburgo F.C., “o bom senso prevaleceu” e o atual mandatário foi o único candidato.
Setenta e três sócios participaram das eleições no verde, rubro e anil. Dentre eles, sócios beneméritos, proprietários e remidos. Após a aclamação, o presidente reeleito fez breve discurso e falou sobre a montagem da nova diretoria. “Temos que ser uma equipe de consenso para a montagem da diretoria, pois houve uma composição com a outra possível chapa que acabou não concorrendo. O motivo foi exatamente para unir ainda mais o clube e dar continuidade aos projetos em andamento”, enfatizou Bachini.
Logo depois Luiz Fernando nominou os atuais diretores e empossou a diretoria. A homologação aconteceu durante solenidade na última quinta-feira, 15, na sede social do Nova Friburgo, no Centro.
Conclusão do CT: o maior desafio
Bachini e os novos conselheiros do Nova Friburgo já sabem qual será o grande desafio durante os próximos dois anos: concluir as obras do Centro de Treinamento (CT) no distrito de Conselheiro Paulino. Os avanços são consideráveis, e o sonho está perto se tornar realidade. As obras de preparação do terreno e drenagem foram concluídas, e o processo de colocação do gramado, que acontece desde o início de outubro, prossegue em ritmo acelerado.
As obras para a reconstrução do campo recomeçaram há quase dois anos. A estrutura sofreu com a tragédia de 2011 e, desde então, o clube luta na Justiça para a recuperação do espaço. Em meio ao imbróglio, a tentativa frustrada de desapropriação do terreno pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
O clube está autorizado a executar as obras no local. Para o julgamento do caso — o Nova Friburgo F.C. pede a recuperação do que foi destruído na tragédia, e agravado com o depósito de materiais feito pela Prefeitura à época -, ainda precisa ser feita uma vistoria técnica no terreno por parte da Justiça. A ideia é construir dois campos, um principal e outro de treinamento. O menor, que vai abrigar atividades da escolinha, deve ser inaugurado até o início de março de 2016. A construção está em estágio avançado, bem como as reformas dos vestiários.
Na parte social, muitos avanços são observados. O terreno ao lado do campo, onde está localizado o parque aquático, foi adquirido em 1975, com uma área de aproximadamente 14 mil metros. As obras só tiveram início em 1982, sete anos mais tarde. Entre as opções de lazer, estão a piscina para adultos e outra para crianças; sauna feminina e sauna masculina; uma quadra poliesportiva; um campinho de futebol, parque infantil, salão social (com capacidade para 120 pessoas), duas áreas com churrasqueira, um bar e lanchonete. Além da estrutura física, o clube também oferece atividades como escolinha de futebol de campo, de mesa e natação. O clube hoje possui mais aproximadamente de 750 sócios - 53 deles possuem o título há mais de 30 anos.
Projeto do memorial
A rica história do Nova Friburgo e dos clubes que, unidos, deram origem ao mesmo pode ganhar um espaço especial. Os títulos do Friburgo, os bastidores do bicampeonato do Esperança, em 1944, fotos dos maiores ídolos de cada clube, flâmulas, medalhas, troféus e bolas utilizadas nas competições poderão estar reunidos, em breve, em um memorial.
A diretoria do Nova Friburgo F.C. estuda a possibilidade de construir um espaço voltado à história do futebol na cidade. O primeiro passo foi doação de fotos históricas do esporte de Nova Friburgo desde 1914, com todos os times do Friburgo, Esperança, Fluminense e Serrano por Luis Massard Filho. A adequação do espaço e as intervenções necessárias são desafios que precisarão ser vencidos para tirar o memorial do papel.
E o Estádio Raul Sertã?
Um dos principais palcos do futebol amador do município, o estádio Raul Sertã funciona atualmente como um estacionamento na região central da cidade. A parceria entre o Nova Friburgo Futebol Clube e uma empresa particular resultou na instalação do empreendimento. O Nova Friburgo recebe 51% do valor mensal arrecadado e as receitas mantêm a situação financeira estável. "Não é que a gente não queira mais o futebol nesse estádio. O que acontece é que hoje temos de obedecer a uma série de regras para mantê-lo em funcionamento e isso não é viável”, afirma Bachini.
De acordo com a diretoria, o clube foi impedido pela Justiça de ceder o espaço para a realização de eventos por conta da falta de escape na arquibancada. Além disso, outro problema se encontra em relação às medidas do campo. Para realizar jogos, por exemplo, as muralhas deveriam ficar a uma distância de cinco metros da linha de fundo e três metros da linha lateral. Para tanto, as dimensões do campo também seriam modificadas, inviabilizando a prática do futebol.
São muitas as especulações quanto ao futuro do estádio, por conta da ótima localização, do valor histórico e também comercial. A chance de vender o estádio não existe, mas o Nova Friburgo convive com o medo da desapropriação do espaço, algo possível por lei. O clube recebeu algumas propostas para a ocupação do terreno, dentre elas a construção de um centro financeiro. A empresa interessada construiria no local, e geraria uma receita garantida para o clube. Depois de um determinado tempo, algo em torno de 25 a 30 anos, a propriedade voltaria para o controle do Nova Friburgo. No entanto, por enquanto, não há nada definido. O estacionamento funciona normalmente, e qualquer especulação não passa de mera possibilidade.
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