Após audiência, Câmara faz recomendações à licitação do transporte

Documento foi elaborado por advogadas e reúne indicações apresentadas por usuários e vereadores
sexta-feira, 05 de abril de 2019
por Marcio Madeira (marcio@avozdaserra.com.br)
A primeira das três audiências públicas previstas para debater a elaboração do edital de licitação do transporte coletivo em Friburgo (Foto: Marcio Madeira)
A primeira das três audiências públicas previstas para debater a elaboração do edital de licitação do transporte coletivo em Friburgo (Foto: Marcio Madeira)

Ao realizar a primeira das três audiências públicas previstas para debater a elaboração do edital de licitação do transporte coletivo de passageiros por ônibus em Nova Friburgo, a Câmara Municipal cumpriu seu papel de “casa do povo” e proporcionou, na noite desta quarta-feira, 3, uma rara e preciosa oportunidade de diálogo entre a população e poder público. A intensa campanha de divulgação, todavia, se refletiu muito mais na pluralidade de representações políticas e nas possibilidades de diálogo ao alcance dos presentes do que necessariamente na adesão popular.

Quórum

A assessoria do vereador Zezinho do Caminhão, propositor da audiência, registrou as presenças dos vereadores Professor  Pierre, Johnny Maycon, Marcinho, Alcir Fonseca, Luiz Carlos Neves, Isaque Demani e Nami Nassif. A vereadora Vanderleia Lima foi representada por um assessor, e Wellington Moreira justificou sua ausência tendo em vista seu afastamento pelo período de 15 dias, por motivos de saúde. Já o Executivo foi representado pelo subsecretário de Serviços Concedidos, Nader Pedro, e por Jaguarê Garcia, secretário de Infraestrutura e Logística.

Também foram registradas as presenças de Eduardo Frederico Kropf, representando o deputado federal Luiz Lima, e de Patrícia Alves, representando o deputado estadual Alexandre Knoploch. Além deles, 29 cidadãos compareceram ao encontro, representando os mais de 100 mil usuários da rede de transporte coletivo municipal.

“Evidentemente o encontro poderia ter sido melhor aproveitado, com maior participação popular”, avaliou Zezinho do Caminhão. “Mas mesmo assim, minha avaliação é positiva, porque 29 pessoas saíram de suas casas, de seus trabalhos, e vieram apresentar propostas e debater em nome dos mais de 100 mil usuários das linhas de ônibus urbanas de Nova Friburgo. Da mesma forma, foi muito importante a participação do Executivo, cujos dois representantes debateram, deram explicações e esclarecimentos. Eles foram muito cobrados, mas estiveram presentes. Vejo isso de forma positiva, o governo respeitou a aprovação das audiências e a vontade das pessoas participarem”, disse Zezinho do Caminhão.

Número de ônibus

Entre os vários pontos debatidos, observou-se que o somatório dos dois lotes que vêm sendo discutidos prevê a operação de 134 ônibus, ao passo que quando a atual concessionária, a Faol, assumiu o serviço a frota era de 153 coletivos. “Como que o edital apresenta um somatório para os dois lotes de apenas 134? O próprio IBGE está contrariando isso, ao dizer que a população aumentou. São quase 200 mil pessoas. Se 153 ônibus já não atendiam a demanda, uma vez que os bairros cresceram, se expandiram, a própria população aumentou, então seria de se esperar que tivéssemos mais de 153 ônibus nesses lotes”, questionou Zezinho.

A rigor, o debate em torno do número de ônibus em circulação acabou ganhando contornos simbólicos e englobando muitas das outras reivindicações apresentadas. Zezinho do Caminhão explicou o porquê: “Essa foi uma questão na qual a prefeitura foi muito questionada pela população, porque a redução no número de veículos foi compreendida como uma concordância por parte do Executivo para com a atual concessionária em relação a diversas decisões que costumam ser ditas unilaterais, tais como a extinção de linhas, a união de linhas de bairros diferentes, a redução de horários, além da redução da frota nos fins de semana, feriados e férias escolares. Para muitos dos presentes, reduzir a quantidade de ônibus significa concordar com tudo isso”, frisou o vereador.

Estação Livre

Ainda de acordo com Zezinho, “a população também questionou muito a obra anunciada para a Estação Livre, na Praça Getúlio Vargas, que na avaliação da maioria dos presentes não contempla o que os usuários vêm reivindicando. Muitos consideram que foi um prejuízo enorme a retirada dos ônibus de dentro da rodoviária, e entendem que o governo irá gastar dinheiro de novo de maneira errada, que não atende ao que foi combinado no período eleitoral. Foi pedido para que não seja feito este investimento.”

Outros questionamentos foram reservados à circulação de ônibus pela Rua Dante Laginestra, com muitos defendendo que eles deveriam voltar a circular pelo trajeto antigo, ou seja indo até a Estação Livre. Da mesma forma foram lembrados os muitos pedidos para a criação de novas linhas, ou de retorno de linhas e horários que deixaram de ser operados nos últimos anos.

Ao longo de todo o encontro as advogadas Célia Campos e Cristiane Cruzal de Moraes anotaram as reivindicações e sugestões, que foram concentradas num documento que será encaminhado ao prefeito Renato Bravo, ao secretário de Governo, ao subsecretário de Serviços Concedidos e à comissão criada para elaborar o edital.

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