Adiado pela 2ª vez, horário de verão divide opiniões de friburguenses

Adiantamento dos relógios em uma hora será agora em 18 de novembro, seguindo recomendação do MEC
sexta-feira, 05 de outubro de 2018
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
Adiado pela 2ª vez, horário de verão divide opiniões de friburguenses

 

Para alegria de uns e tristeza de outros, o horário de verão será mais curto nesta temporada. Quem gosta de aproveitar a luz do dia por mais uma horinha vai ter que esperar mais um pouco. Previsto inicialmente para começar no próximo dia 20 (como sempre, no terceiro sábado de outubro), o início do horário especial foi adiado mais uma vez pelo governo federal.

Como o segundo turno das eleições pode ser  realizado no próximo dia 28, um domingo,  os relógios seriam adiantados em uma hora este ano a partir do dia 4 de novembro. No entanto, por recomendação do Ministério da Educação, o horário especial passará a vigorar a partir do dia 18 de novembro, sob a justificativa de não atrapalhar os milhares de estudantes que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos dias 4 e 11 de novembro.

Adiantar os relógios traz benefícios para o varejo, prática de esportes, e outras atividades que exploram a luz do sol após a jornada de trabalho, mas pode trazer problemas para o entretenimento da tarde e para outras atividades ligadas diretamente à luz solar, como a agricultura. Mesmo que alguns dos primeiros proponentes do ato tenham pensado que o horário especial reduziria o uso de lâmpadas incandescentes durante a tarde, o clima moderno e os padrões de uso de aparelhos para refrigeração diferem bastante. As últimas pesquisas divulgadas com relação ao horário de verão revelam que atualmente  o consumo de energia têm sido maior, uma contradição ao propósito inicial do projeto.

O horário de verão foi uma proposta do neozelandês George Hudson em 1895. A Alemanha e a Áustria-Hungria, adotaram pela primeira vez, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial. Vários países usaram-no diversas vezes desde então, particularmente durante a crise da energia em 1970. Além do Distrito Federal, outros dez estados devem adiantar o relógio em uma hora este ano: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Espírito Santo. A população do Norte e do Nordeste não é afetada porque os estados da região não são incluídos no horário de verão.

Fla x Flu de opiniões, também em Friburgo

Há quem ame, há quem odeie. E no Fla x Flu do horário de verão, não há como precisar quem vence. A única coisa que podemos dizer é que ambos lados tem ótimos motivos para se posicionar e os argumentos são todos válidos. Confira o que alguns friburguenses acham:

Allana Pinheiro: “Eu não gosto do horário de verão e não vejo na prática motivos para que ele ainda exista. Milhares de pessoas tem seu relógio biológico alterado e não ganham nada com isso. A justificativa de aproveitar a luz do dia e ter uma economia na energia já caiu por terra. Eu mesma consumo ainda mais energia do que no horário normal. Sofro muito com o calor e por isso o ventilador fica ligado direto. Tomo vários banhos por dia. O horário de verão me afeta demais. Eu fico cansada o dia todo. Quero acordar com energia para sair de casa e está de noite, quando chego em casa e penso em descansar está com sol e tempo abafado. Não economizo em nada.”

Thaís Sâmela: “O horário de verão é muito agradável em Friburgo. Os dias se alongam e nós que estamos acostumados com o frio podemos aproveitar as cachoeiras. O verão tem cheirinho de férias e festas de fim de ano. Isso é uma delícia. Fico dividida, pois estudo em Rio das Ostras e o horário de verão lá não é tão agradável como aqui. A temperatura vai às alturas logo cedo e o sol prevalece até quase as 20h, transformando as ruas em verdadeiras frigideiras. É bem melhor aproveitar o horário de verão na serra.”

Reinaldo Ivanicska: “Esse horário foi instituído para diminuir o consumo de eletricidade e gerar economia, mas se mostrou inútil neste aspecto. Pode beneficiar de alguma forma o turismo em algumas localidades litorâneas, mas acredito que a maior problema é adaptar o corpo e a mente às mudanças de horário. Para mim a adaptação não é fácil.”

Ítalo Schumacher: “Ganhamos mais uma hora de sol. Por volta das 19h, o dia ainda está claro e parece que rende mais. Podemos fazer alguma atividade física, por exemplo. E parece que os dias no período do horário de verão passam mais rapidamente do que no restante do ano. Eu gosto muito da luz do dia e quando chega esse período do horário de verão eu aproveito bastante.”

Luciana Gomes: “Eu passo muito mal, toda vez que chega a época do horário de verão. Primeiro porque meu metabolismo é afetado e quando consigo me acostumar, volta o horário normal. Perco muito peso, fico estressada, não consigo dormir direito, meu sono fica desregulado. Pra mim, poderia acabar.”

Mayara Folly: “No começo é difícil se acostumar, principalmente devido ao relógio biológico, mas depois de algumas semanas eu me acostumo. A sensação que o dia passa mais rápido, a oportunidade de ver o pôr do sol mais tarde, além da oportunidade de realizar uma atividade física ao fim do trabalho, ainda com luz natural, tornam o horário de verão um companheiro perfeito.”

Pedro Cordoeira: “O horário de verão é uma ótima alternativa para fugir de consumo em horários de pico e confesso que é bem agradável voltar da faculdade ainda com o céu um pouco mais claro. Porém, esse horário interfere diretamente no meu trabalho. Sou professor de astronomia e dependendo da janela de horário entre 18h e 20h45 para ministrar minhas aulas. Com o horário de verão, eu encaro céu claro até 19h o que prejudica as aulas e compromete meu planejamento. A alteração no horário complica quando vou observar alguma efeméride astronômica que é descrita em horários diferentes quando publicadas em anuários de diferentes observatórios. Perder um evento raro ou não conseguir usufruir da melhor maneira do meu equipamento de trabalho devido ao horário de verão numa área que há muito é desvalorizada é um tanto frustrante para não dizer que me deixa preocupado se conseguirei cumprir com minhas obrigações acadêmicas e profissionais.”

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