Abaixo-assinado pede retomada das obras do Hospital do Câncer

População quer que futuro governador se comprometa a reiniciar e finalizar projeto
terça-feira, 04 de dezembro de 2018
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)

Um sonho que nos últimos anos vem se tornando um pesadelo. A retomada das obras do tão desejado e necessário Hospital do Câncer de Nova Friburgo que estão paradas desde o ano passado, um compromisso não cumprido pelo governador do estado, Luiz Fernando Pezão, continua sem data para acontecer.

Em vista da posse do novo governador, o juiz Wilson Witzel, em 1 de janeiro, renovam-se as esperanças para que o projeto seja retomado e, enfim, concluído. O presidente da associação de moradores da Ponte da Saudade – bairro onde irá funcionar a unidade de saúde, José Roberto Folly, quer entregar ao futuro governador um abaixo assinado com cerca de 50 mil adesões de friburguenses, com o apelo para que ele se comprometa a reiniciar e finalizar as obras do Hospital de Oncologia Francisco Faria, nas instalações do antigo Centro Adventista de Vida Saudável (Cavs).

“Estamos acompanhando esse projeto desde 2012. Agora com um novo governo se aproximando, reunimos assinaturas por todo o município e região para entregar em mãos ao governador eleito Wilson Witzel, para que ele se comprometa a dar continuidade às obras e terminar o projeto desse hospital. Assim que ele tomar posse, vamos procurá-lo para entregar em mãos as assinaturas de forma a sensibilizá-lo”, disse Folly.

Projeto foi redaptado, mas não saiu do papel

Desde que o governo estadual perdeu a verba federal de cerca de R$ 50 milhões, o governador Luiz Fernando Pezão assumiu o compromisso de financiar a construção da unidade. No início do ano, o projeto passou por uma série de adaptações para, custando R$ 10 milhões a menos, caber nos cofres estaduais. Os três prédios originais foram reduzidos a dois. Também foi diminuída a quantidade de equipamentos como raios X, tomógrafos e leitos. O projeto prevê, porém, a possibilidade de expansão.

“O Pezão prometeu entregar o hospital, mas não cumpriu. Ele ainda quis mudar o projeto original, diminuindo o número de leitos. Queremos que o novo governador se comprometa com a obra e a coloque como prioridade. Sabemos que o estado está cheio de prioridade, mas esse hospital vai, inclusive, resolver muitos problemas da capital. Quem não é visto não é lembrado. Nós precisamos mostrar ao Witzel as nossas dificuldades e a nossa luta. A nossa ideia é entregar as assinaturas quando estiver na faixa de 50 mil nomes. Acredito que até fevereiro conseguiremos atingir a meta. O que queremos é deixá-lo a par dessa situação logo no início do mandato, pois para o hospital ficar pronto são necessários mais três anos de obras. Quando começamos a colher as assinaturas, pensamos em juntar dez mil e rapidamente alcançamos a meta, o que mostra que a população necessita desse serviço na nossa cidade”, contou José Roberto Folly.

O projeto inicial

O projeto original do Hospital do Câncer prevê 200 leitos – sendo 30 infantis, 288 atendimentos por dia e quatro mil cirurgias por ano.  A importância da unidade de saúde é imensurável. Para se ter uma ideia, seriam atendidos pacientes que moram no eixo Cachoeiras de Macacu-Santa Maria Madalena. Atualmente, quem necessita do atendimento tem que se deslocar para o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, ou para Teresópolis.

Folly faz ainda um apelo para a população, para que assinem o documento. “Quem quiser aderir pode nos procurar perto da Caixa Econômica Federal, na Avenida Alberto Braune, ou entrem em contato pelo whatsapp (22) 99945-1328. Fizemos uma camisa para essa campanha e ela tem um custo de R$ 15, sendo que destes, R$ 3 são destinados para a Amma (Associação de Mulheres Mastectomizadas)”, afirma.

Desde outubro de 2016 as obras no Hospital do Câncer estão paralisadas. A VOZ DA SERRA noticiou que o número de funcionários que trabalhavam na adaptação e ampliação dos prédios onde funcionará a nova unidade de saúde estava sendo reduzida drasticamente. Muitos dos 80 operários que iniciaram a obra foram dispensados aos poucos e não receberam, sequer, o último salário. A obra no imóvel estava praticamente parada na ocasião.

Por causa disso, pelo menos 11 ex-funcionários entraram na Justiça para receber as verbas rescisórias da Apoio Serviços Temporários Ltda, empresa que foi subcontratada para fornecer mão de obra para a FW Empreendimentos Imobiliários e Construções Ltda, responsável pelas obras do hospital. Nos autos destes processos contra as empresas consta que a obra no hospital parou após uma portaria publicada, em março, no Diário Oficial, que determinou a interrupção dos serviços devido à crise financeira no estado. A Prefeitura de Nova Friburgo acompanha o caso e informou, na época, que uma exigência da Caixa Econômica Federal também estaria atrasando o repasse de recursos.

 

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TAGS: obra | saúde
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