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terça-feira, 28 de agosto de 2018

Percorri o Caderno Z, de trás para frente, de frente para trás e não achava um jeito de iniciar a viagem literária. Tem dias que a inspiração trava e a folha em branco diz – “E agora, Elisabeth?”. Mas não foi a inspiração que travou. Foi o tema do Z que trouxe um assunto impactante. De um lado, o glamour dos cães com seguidores nas redes sociais; de outro, a dura lida de quem protege os animais de rua. Não me ocorre outra definição, a não ser lançar mão de Antoine Exupéry – “Tu te tornas responsável pela rosa que cativas”. Contudo, não é fácil se responsabilizar por 99 cães e 58 gatos. Quem possui animais de estimação sabe a dedicação que a tarefa demanda.

A “protetora” Valéria Lima era “gateira” quando morava na zona norte da cidade do Rio de Janeiro e veio para Nova Friburgo na ânsia de melhor qualidade de vida. Instalou-se no Vale dos Pinheiros com seus 23 gatos e começou a aumentar sua prole. Mudou-se para o Córrego D´Antas. Em 2011 perdeu casa, os pertences e 26 cães na tragédia. Atualmente mora num sítio, “quase em ruínas” em Amparo. O imóvel está para ser vendido e Valéria está em situação também de abandono, com seus 157 animais. Essa tragédia social é de cortar o coração. E confesso – é a primeira vez que choro de tristeza diante do “Z”. Lembro Arthur Schopenhauer – “As dores do mundo dilaceram meu coração”. Para não sair em total desencanto da plataforma de embarque, saio na carona de Nick, o “cão motociclista” que tem uma história apaixonante.

O estacionamento rotativo volta à superfície dos debates e, como todo assunto polêmico, reaparece engarrafado em prós e contras. Na reportagem de Guilherme Alt, o tema está muito bem abordado. Contudo, a monumental foto de Henrique Pinheiro é de arrancar suspiros pela beleza do centro da cidade. De um ângulo totalmente oposto, uma pergunta surge, numa entrevista inusitada – “Você tem medo de cadáveres?” – A questão ilustra a entrevista com a professora Flora Milton que atua no laboratório de anatomia da UFF, em nossa cidade. Entre os depoimentos, todos interessantes, Flora garante que nunca teve pesadelos com os cadáveres e na prática dos estudos há muita curiosidade dos alunos em saber algo sobre a identidade e perfil dos esqueletos.

Mais um prêmio lotérico sai para Nova Friburgo. O mais novo ganhador faturou R$ 267 mil e alguns quebrados em aposta no “Dia de Sorte” das loterias Caixa. Dá para dar uma arrumada na vida e sair do sufoco. Tomara que os bons fluidos continuem pairando sobre as nossas finanças e o dia de sorte chegue para todos nós. Em contrapartida, a propaganda eleitoral na TV e rádio começa na próxima sexta, 31. Eu me lembrei de um ditado – “o que é bom dispensa propaganda”. O assunto é sério, gente!

Falando em propaganda, em “Há 50 Anos”, um anúncio interessante – “O Mercedes-Benz 1520 para longas distancias vai tornar as suas viagens mais curtas e mais econômicas. Mesmo que seus motoristas durmam muito e acordem tarde”. Alguém aí pode confirmar tamanha eficiência em 1968? – Nos “Destaques da Semana”, queremos registrar o falecimento do editorialista de A VOZ DA SERRA, jornalista Antonio Fernando, pessoa querida e respeitada, amigo e incentivador das Surpresas de Viagem. Uma estrela que vai editar artigos em outras esferas. Saudades plenas.

Alan Andrade vem somar junto aos trabalhos da equipe da nossa Voz. Com uma experiência admirável há de ser uma grande aquisição na bagagem que traz de redator, roteirista e diretor. E já começou mandando bem nos apresentando o “Projeto Mamelengo”, de Marcelo Serralva, “o homem-banda”, que carrega sua orquestra nos ombros. A reportagem vem ilustrar os festejos do Dia dos Artistas, 24 de agosto. No “Pinçado da Internet”, David Massena destaca – “A ingratidão é o preço do favor não merecido”. Encaixo aqui o pensamento, pois não reconhecer o bem que a arte nos proporciona seria a mais cruel forma de ingratidão. Avante artistas de rua, dos palcos, das letras, das danças, das músicas, de todas as artes que tocam a alma da gente.

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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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