Do Natal de Todos os Povos aos povos de todo o mundo

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

A VOZ DA SERRA nos fez uma surpresa e tanto, trazendo “O Natal de Todos os Povos”. É na companhia de Ana Borges que embarcamos no maravilhoso mundo natalino, festejado “há mais de 1600 anos - desde o século IV – pela Igreja ocidental e desde o século V, pela Igreja oriental”. No Brasil, a data começou a ser celebrada “somente no século XVII, por influência do reino de Portugal”. Às vésperas de fecharmos as portas de 2018, vamos registrar um pouco das tradições natalinas de nossos povos colonizadores? O convite é atraente e a viagem garante as emoções!

Começando pela Suíça, as tradições giram em torno de São Nicolau. O “bom velhinho” é também uma figura importante e conta a lenda que em seu livro há “anotações do comportamento das crianças, para ver se foram ou não boazinhas durante o ano...”. As guloseimas suíças são tentadoras, entre as quais carnes, salsichas, presuntos e doces.

Na Alemanha, “o pinheiro representa a vida e a esperança”. São Nicolau representa o “verdadeiro Papai Noel”. Como diz Bárbara Husung, “a ceia não é tão rica como aqui no Brasil, mas temos pratos tradicionais...”. Interessante é o feriado do dia 26, considerado “o dia do descanso”. Penso que deveríamos copiar essa ideia, porque a maratona natalina cansa de verdade, principalmente para quem trabalha no comércio.   “Natal em família é a grande tradição na Itália”, onde o presépio se tornou o símbolo mais importante e, conforme a região, o Papai Noel se refere a duas figuras femininas: Santa Luzia e a bruxa Befana. A ceia é constituída de frutos do mar, muito vinho e não se come carne vermelha. No almoço do dia 25, as massas fazem a festa, com molhos de carne. Na sobremesa, frutas frescas da época.

“Um dia comum para celebrar o amor e a amizade” – é a proposta do Natal no Japão. Na cultura nipônica nem é feriado, embora “aproveitando a publicidade vinda do ocidente”, e em razão do bônus de fim de ano que os trabalhadores recebem, as cidades se iluminam, num “verdadeiro espetáculo de luzes e magia”. Os presentes são oferecidos aos colaboradores, entre 20 e 28 de dezembro, sem conotação natalina.

Viajar em A VOZ DA SERRA é conhecer o mundo. Os leitores acaso sabem que a canção “Noite Feliz” foi apresentada pela primeira vez em 24 de dezembro de 2018? Pois bem, completando 200 anos, esse hino de Natal vem da Áustria e seus autores, o padre Joseph Mohr e o maestro Franz Gruber, estão eternizados nos vitrais na capela “Noite Feliz”, em Oberndorf. O prato típico na ceia austríaca é a “sachertorte”, um bolo úmido com camadas de damasco, servido com chantilly sem açúcar.

Na Espanha os festejos se voltam para os três reis magos e na véspera do Natal as famílias se reúnem em torno de uma mesa cheia de guloseimas. As preferidas são o bacalhau, o cabrito e a sobremesa “turrón”, feita de mel e amêndoas. Vinhos e queijos também não podem faltar. Já em Portugal, as famílias se reúnem na montagem do presépio. As casas são enfeitadas e o bom velhinho tem nome de “Pai Natal”. O bacalhau é presença obrigatória, assim como o vinho e o bolo rei.

“O único país no Oriente Médio a celebrar o Natal é o Líbano”. Nas casas há presépio e as igrejas tocam seus sinos. Na ceia, kibe na coalhada quente, carnes, aves, especiarias e o “buche de Noel” (tronco). Na cultura pan-africana, nas comunidades cristãs há celebração do Natal, que culmina em 1º de janeiro, quando “cada criança deve ganhar três modestos presentes: um livro, um objeto simbólico de referência africana e um brinquedo”. Que bonito é presentear com livros! Lembrou-me os natais da minha infância, quando os livros eram primordiais entre os brinquedos.

Para encerrar essa viagem fantástica, em “Massimo”,  um pensamento de Edgar Allan Poe: “A vida real do ser humano consiste em ser feliz, principalmente por estar sempre na esperança de sê-lo muito em breve”. Assim, entendemos que a arte de ser feliz é uma constante busca, pautada sempre na esperança do amanhã. Feliz busca para todos nós!

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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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