Proteja suas crianças contra erros ideológicos

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Ideologia de gênero é uma ideia de que seres humanos não nascem com gênero masculino e feminino, que isto é construção cultural, e que cada um pode construir seu gênero como quiser. Na ideologia de gênero, ter nascido com órgão sexual masculino ou feminino, não faz com que se identifique obrigatoriamente como homem ou mulher.

Os “guevedoces”, (“surgimento do pênis aos 12 anos”), são uma prova de que a biologia define o sexo masculino ou feminino. Cientistas estudaram uma condição genética rara na República Dominicana, onde meninos nascem sem o pênis por deficiência de uma enzima ligada à formação completa dos órgãos sexuais masculinos ainda no útero, sendo criados como meninas até a puberdade, quando ocorre segunda onda de testosterona, então, nascendo músculos, testículos e pênis naqueles garotos.

A dra. Julianne McGinley, do Cornell Medical College, Nova York, onde é professora e pesquisadora em endocrinologia estudou sobre os guevedoces e explica que cerca de oito semanas após a concepção os hormônios sexuais surgem. Se o feto é geneticamente homem, o cromossomo Y instrui as gônadas a virar testículos e envia testosterona para a estrutura chamada tubérculo, onde é convertida em hormônio mais potente, a dihidrotestosterona pela enzima 5-alfarredutase. Este hormônio transforma o tubérculo num pênis. Se o feto é mulher e não há produção uterina de dihidrotestosterona, o tubérculo vira o clitóris.

Suas pesquisas mostraram que, na maioria dos casos, os novos órgãos masculinos surgidos na adolescência funcionam bem e a maioria dos guevedoces passa a viver como homem, e esses meninos, apesar de criados como meninas, em sua maioria demonstraram preferências sexuais heterossexuais. Ela concluiu que os hormônios no útero tem um papel mais decisivo sobre a orientação sexual do que o tipo de criação recebido. (Michael Mosley, 21 Set 2015: “Guevedoces: o estranho caso das 'meninas' que ganham pênis aos 12 anos”. www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150921_meninos_puberdade_lab)

Pamela Puppo, cientista com doutorado em Biodiversidade, Genética e Evolução na Universidade do Porto (2015), trabalha num centro de pesquisas em biodiversidade e biologia evolucionária. https://cibio.up.pt. No artigo “Sobre a ideologia de gênero”, comentou: “Não aceitar a ideologia de gênero não é discriminação, não é ser intolerante nem homofóbico, …é simplesmente biologia. … o fato de nascer homem ou mulher não é um fato cultural, é biológico. … a ideologia de gênero não promove a igualdade entre os sexos; … promove a assexualização do ser humano. … Essa ideologia é uma corrente de pensamento, não uma teoria científica, muito menos uma evidência científica.” www.posicion.pe

Na revista “Ser Médico” do Conselho de Medicina do Estado de São Paulo, Jan 2017, há a entrevista “Disforia de gênero” com a psicóloga Peggy Cohen-Kettenis, do Departamento de Psicologia Médica e do Centro de Perícias em Disforia de Gênero do Centro Médico da Universidade Vrije, em Amsterdam, e do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Utrecht, Holanda. Sobre disforia de gênero, disse que crianças podem demonstrar comportamentos de gênero antes dos três anos de idade, e que provavelmente não serão futuros adultos com disforia de gênero, porque crianças com diagnóstico de desordem de identidade de gênero nem sempre permanecem assim ao entrarem na puberdade.

Ela explicou que há famílias que confundem e insistem que seus filhos são transexuais, quando, de fato, não são, e falou do estudo no qual crianças que já viviam no papel do sexo oposto tiveram problemas em dizer aos pais que queriam mudar.

Fatores psicológicos ligados a conflitos subconscientes ou inconscientes em jovens e adultos que sofrem com disforia de gênero podem ser: rejeição severa na infância por colegas criando medo de rejeição ligada à crença inconsciente de que se sentiria seguro se fosse do sexo oposto; experiências severas de traição em relação à pessoa com quem se esperava casar, gerando intenso medo de vulnerabilidade com crença inconsciente de que seria mais seguro se fosse do outro sexo; visão negativa na infância sobre masculinidade por causa de raiva excessiva de figuras masculinas importantes para o menino; pobre imagem corporal e sensação de fracasso com crença de que seria mais atrativo e autoconfiante se fosse do sexo oposto.

Em meninos com talentos artísticos haveria forte apreciação pela beleza, coisa mais comum na feminilidade, facilitando um desejo de ser feminino por gostar de seus talentos mais comuns nas mulheres. Nas meninas fortes haveria um amor pelo que elas percebem como força masculina e tratamento preferencial para machos, com subsequente desejo de se tornar o que elas gostam (da força masculina). Em meninos, severa rejeição por parte da mãe, com crença inconsciente de que poderia ganhar o amor dela se ele se tornasse menina. (K. J. Zucker e S. Bradley, Transtorno da identidade de gênero e problemas psicosexuais em crianças e adolescentes,1995).

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César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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