Hastag na torcida

sexta-feira, 05 de outubro de 2018

Faltam dois dias para a grande manifestação democrática materializada por meio das eleições. O que esperar da próxima segunda-feira? Hoje poderia ser uma sexta-feira como outra qualquer. Mas na verdade é a última de um ciclo político prestes a convulsionar. E outro em vias de iniciar. Tudo novo, de novo. Ou não.

Mesmo quem não entende bulhufas sobre política, economia, mercado financeiro, sabe que a hora soou. Que a coisa está mais complicada. Que o país está polarizado. Que as pessoas estão exaustas. Que há uma energia estranha no ar. O que vai acontecer domingo? Algum extremo ou o caminho do meio ? Haverá segundo turno na disputa presidencial? Quem será o oponente de quem? E a renovação mínima no congresso, vai acontecer?

 Essas respostas serão respondidas em 48 horas. Mas milhares de outras resistirão sem respostas. Estamos simplesmente sem saber. Um futuro próximo em sentido macro nunca me pareceu incógnita tão grande. Essa ausência de certezas, a montanha russa, a corda bamba, não estão proporcionando um frio na barriga prazeroso de sentir.

Seria lindo se o processo eleitoral fosse civilizado do início ao fim. Que o nível amigável das discussões e o tratamento cortês entre os pares dessem exemplos para as gerações mais novas. Sem querer generalizar, mas não é isso que parece estar acontecendo. Crianças veem o comportamento dos adultos. Filhos se inspiram nos pais. Alunos de certa forma podem se espelhar em professores. E por aí a rede de influências vai.

O que dizer dessa juventude toda em fase de formação moral, intelectual, de caráter e personalidade assistindo esse festival de insanidades que nós adultos estamos presenciando? Que espetáculo é esse que estamos proporcionando? Somos protagonistas de quais exemplos?

O diálogo sempre me pareceu um caminho civilizado, importante, nobre, que os equilibrados e maduros deveriam perseguir. Mas não sei. Tem gente achando lindo o confronto indiscriminado, sem intervalos, com múltiplos alvos. Quanto mais melhor. Evolução ou involução?

Os debates oficiais dos candidatos têm sido um show à parte. Show de horrores, algumas vezes. Ofensas, deboche, piadas, violência verbal. Alguns discursos decorados, outras falas ensaiadas, tanto a ponto que uma respiração fora do planejado distorcer o final da frase sem sentido. Alguns telespectadores, sedentos por raciocínios lógicos e minimamente bem estruturados, desistem de assistir. Outros correm para pegar a pipoca. Os grupos e as redes sociais fervilham com comentários, memes e diálogos paralelos.

E aí eu pergunto: o que esperar de domingo? E de todos os dias depois de domingo. Dos próximos quatro anos. Teremos alguma trégua? Algo vai melhorar? Eu sinceramente, não sei.  Não faço ideia, mas faço votos. Estou #natorcida para que tudo dê certo. Que vença quem tiver de vencer. Quem o povo escolher democraticamente. Mas seja quem for, pretendo não destilar o veneno do revanchismo, desejar o mal, torcer pelo declínio ainda maior das estruturas do país. Isso não.

Vou torcer para que Deus ilumine cada representante do povo para que o futuro seja melhor para todos, com mais direitos resguardados, mais esperança para as pessoas, mais paz nos lares e nas ruas, mais trabalhos e oportunidades, mais prosperidade.

Que a nova era seja inspirada por esse início de primavera. Que brote flor em meio ao concreto. E que boas novas cheguem para todos nós. Oremos todos. Vamos precisar.

Reflexões da semana

“A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos.”

“Temos de nos tornar na mudança que queremos ver.”
Mahatma Gandhi

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Paula Farsoun

Com a palavra...

Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

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