Ah, que saudade!

sábado, 11 de maio de 2019

Que saudade de você, mãezinha. Não sei se as demais pessoas que, assim como eu, já não tem mais a sua mãezinha por perto, sentem a mesma saudade que eu. A minha saudade é gigante, tanto quanto é imensa a presença desse amor que não passa.

A ausência física e tudo que advém dela – entristece. É falta do abraço, da lembrança, do cheiro do cangote, do colo, das mãos leves e sensíveis que só mão de mãe tem na hora de fazer carinho. Falta dos almoços de domingo e da comida que nem restaurante chique é capaz de fazer igual. Falta da voz, mesmo quando embargada pela preocupação exagerada da qualidade de fazer cuidado que só mãe consegue ter.

Ah, mãe! Como o tempo passa ligeiro e mesmo sua velocidade não consegue diminuir esse sentimento, essa ligação que não se desfaz aos sabores do destino. A gente pode casar, se separar, ter filhos, novos empregos, grandes conquistas e perdas... Porém, nada substitui ou se compara a essa relação.

Mãe, em cada alegria – você está. Em cada tristeza – também. Sua força segue a me guiar e ainda que eu não possa ouvir a sua voz ou sentir as suas mãos, sei que me orienta, sei que me acompanha. Como queria poder te ver de novo! Desculpe, mas mesmo sendo homem de muita fé, muitas vezes me pego tendo essas ingênuas vontades materiais. Acho que Deus perdoa. Falta de mãe é doação que ninguém pode preencher.

Queria que todos que ainda tem mãe soubessem: mãe faz uma falta danada. Por isso, não desperdice nenhum segundo da companhia desse ser sagrado na sua vida. Alerto: a dor não diminui com o passar dos dias – apenas aquieta. Vez ou outra – grita. Especialmente nos instantes marcantes, sejam eles bons ou ruins. Porque mãe é aquela pessoa que estará sempre ao seu lado, perto, dentro, iluminando.

Diz uma música que saudade é um lugar que só chega quem amou. O tamanho da minha saudade é mesmo imenso como o amor que senti e continuo sentindo. Se estende para além da estratosfera e segue crescendo para outras galáxias. É amor que não cessa, nem se interrompe pela ausência física. Quem sabe assim eu te reencontre em outras esferas... Quem sabe assim, eu compreenda que a morte não é o fim, pois alguém só morre de fato quando é esquecido por quem vive.

Mais um dia das mães sem você. Nada muito diferente de outros dias. Olho para o relógio que me deu. Manuseio os seus discos do Roberto que mantenho comigo, ainda que eu não tenha vitrola para tocar. Nas lojas, não há presente a escolher. Mas na vitrine da vida, vejo minha história acontecer em que você não é apenas começo, mas constante presente em cada linha e verso que se estabelece no caminho. Se não posso comprar uma bolsa, um relógio, blusa ou sapato por total falta de a quem dar, posso levar no peito o compromisso de te orgulhar e te honrar como aquela que sempre me ensinou, me protegeu e me protege para além do pingente de Nossa Senhora que te representa no cordão que também me deu.

Quanta saudade, mãe! Que os outros filhos possam fabricar as saudades que tenho de você com suas mães, porque mãe é amor que não se paralisa por circunstância alguma.

 

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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

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