Parabéns ao jornal que nos guardou por 73 anos

segunda-feira, 09 de abril de 2018

No dia 7 de abril, o nosso jornal, A Voz da Serra, comemorou aniversário. Fui abraçá-lo e bater palmas pela vida ativa que teve nos seus 26.645 dias em que colaborou para que a história da sua cidade fosse feita com ineditismo e coragem. Ah, Nova Friburgo, um lugar de tão bela natureza, espalhado entre os vales e as florestas da parte central da Serra do Mar, umedecido pela riqueza de águas cristalinas, cada vez mais raras no planeta.

Durante 73 anos, as histórias da Nova Friburgo e do A Voz da Serra caminharam juntas. A cada dia, este jornal revelou os acontecimentos da sua região serrana, de esquina a esquina, de calçada em calçada, em todos os bairros e distritos, mostrando o fazer das pessoas, que, a partir dos seus ideais e trabalho, construíram suas próprias vidas e a da cidade.

A Voz da Serra é uma casa de vários cômodos, nos quais estão guardados as palavras, os sentimentos e os modos de pensar dos seus jornalistas e colunistas. Por ser uma casa eclética, que preserva a liberdade de expressão, cada ambiente tem a identidade de quem o ocupa. É um lugar de literatura, uma vez que as palavras que imprime são cuidadas; as mesmas utilizadas em poemas, romances ou cartas estão nas páginas do jornal. Por assim ser, o trabalho jornalístico é inexoravelmente artístico, que, com maestria, além do mais, integra textos, opiniões e imagens.

O fazer de um jornal é uma aventura diária, que precisa ser atraente aos olhos do leitor, ou seja, tem que comparecer todas as manhãs na cidade, retratando-a, vivificando-a; reanimando-a dos tumultos e das tragédias. Suas folhas são firmes e fortes, não pegam dengue ou catapora; nunca desanimam. Estão sempre dispostas a dar notoriedade aos fatos diários e prontas a apontar caminhos e soluções.

A Voz da Serra tem a alma do friburguense, povo esforçado e guerreiro, que não se curva ante aos abalos da vida quotidiana e da natureza. Está em todas as partes: nas bancas, nas portas das residência, instituições e lojas. Atualmente, também nos computadores e celulares, está com maior disposição ainda para acordar a população para mais um dia seguinte. É como um passarinho que abre suas asas a cada despontar do sol, levando em seu bico e tremulando, outros modos de pensar. Tem voz transformadora, apesar de não ser uma divindade. É como uma nuvem branca que sobrevoa a cidade e sabe para onde vai. Mostra-se destemido, mesmo quando tem que desbravar caminhos áridos e desconhecidos.

Eu, como todos os que participam do jornal A Voz da Serra, guardo uma parte importante de mim na coluna Momentos Literários. A cada semana componho um texto inédito, que me é um desafio, às vezes, difícil de enfrentar. Esta coluna contém minhas ideias genuínas, palavras cuidadas e perspectivas de vida e de mundo autênticas. Ao longo dos três anos, em que participo de suas páginas, fui me tornando uma pessoa diferente. Melhor.

Obrigada, A Voz da Serra, por sobreviver e estar aqui cada vez mais colaborador e intenso.

 

 

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Tereza Malcher

Tereza Cristina Malcher Campitelli

Momentos Literários

Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis, presidente da Academia Friburguense de Letras e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.