Ignorando o perigo do e-Lixo

terça-feira, 08 de janeiro de 2019

O Mundo está ficando pequeno demais para tanto lixo e a geração de lixo eletrônico particularmente está demasiadamente preocupante. O Brasil segue liderando o ranking de maior produtor de lixo eletrônico por habitante. Meio quilo por ano, segundo a ONU.

Com o avanço da tecnologia, nada mais normal que o aumento de consumo de produtos tecnológicos, e a obsolescência cada vez mais rápida desses produtos. O problema é que, durante a ocorrência desse consumo desenfreado, além da extração inconsequente de matéria prima para a produção, o descarte incorreto e a não reciclagem desses itens obsoletos, tem representado um enorme risco ao meio ambiente e a saúde.

A enorme concentração de metal pesado nos televisores de tubo (até 6kg de chumbo por unidade), nos monitores de computador (até 4kg), e o mercúrio, chumbo, entre outros metais encontrados nas pilhas e baterias, todo esse veneno misturado ao plástico e ao metal, descartado de qualquer forma na natureza, tem causado danos irreversíveis ao meio ambiente e à saúde dos que nele habitam.

Pesquisando sobre o assunto, me deparei com uma matéria do AVS datada de 2012, e infelizmente, as notícias não eram nada boas. Observa-se muito claramente que o assunto que já preocupava na época, hoje está em um estágio bem pior. Não era para ser o contrário?

No fim das ruas Portugal e Ariosto Bento de Mello existem lixeiras próprias para que sejam depositados celulares, baterias e pilhas velhas. A lixeira que ficava na Rua Eugênio Thurler, no entanto, foi furtada, de acordo com comerciantes locais. A coleta seletiva ainda é raridade na cidade e como o recolhimento de eletrônicos não é de responsabilidade da EBMA, espaços destinados a esse tipo de equipamentos são cada vez mais necessários.”

“A preocupação das autoridades é com as ameaças à saúde e ao meio ambiente causadas pelas substâncias contidas nas baterias e pilhas. Nelas há, por exemplo, mercúrio, cádmio, chumbo, zinco-manganês e alcalino-manganês. Há estudos que mostram que algumas substâncias podem levar à anemia, a problemas neurológicos e ao desenvolvimento de câncer. No meio ambiente, o descarte das pilhas e baterias pode atingir os lençóis freáticos, o solo e a alimentação.”(Matéria “Lixo eletrônico precisa ser corretamente descartado”, Amine Silvares, em 5 de setembro de 2012).

Em uma matéria publicada pelo site da prefeitura, com o título “Governo Municipal preocupado com Lixo Eletrônico”, publicada em 23 julho de 2012, o então secretário de Meio Ambiente,  Eduardo de Vries fala sobre a“ preocupação no município, pois o e-lixo está sendo tratado como lixo doméstico, uma vez que as pessoas não têm educação ambiental e aquelas que têm não sabem o local onde fazer o descarte desse material que não tem mais utilidade como: pilhas, baterias, monitores, celulares, cabos, computadores, entre outros.”                                                                                                  

Muitos anos se passaram e eu me questiono: Alguém observou alguma melhora? Alguém identifica na cidade, lixeiras públicas próprias para o recolhimento de lixos eletrônicos? E por último, que “preocupação das autoridades com as ameaças à saúde e ao meio ambiente” é essa que quase sete anos depois, o descaso permanece igual, ou ainda pior?

Finalizo essa coluna com o apelo para o cumprimento da Lei 12.305/2012, artigo 33, que fala sobre a responsabilidade de recolhimento desse material pelos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes. Que cada um faça a sua parte. Quem deve recolher que recolha, quem deve entregar que entregue, quem deve fiscalizar, fiscalize, e quem deve pressionar, que pressione!

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Renata de Rivera

Meu Bairro Sustentável

O projeto do núcleo Meu Bairro+200 idealizado por Renata de Rivera visa tornar Nova Friburgo uma cidade sustentável. Sua coluna traz dicas de ações por uma cidade mais limpa, com menos lixo e poluição e uma vida mais saudável.

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