A burrice do Congresso Nacional

sexta-feira, 07 de junho de 2019

Li no noticiário do portal Uol que o governo corria contra o tempo para aprovar, no Senado, a medida provisória que autoriza a devassa nos benefícios do INSS. O problema é que o prazo terminou no último dia 4, e às segundas, assim como nas sextas-feiras, não há expediente naquele estabelecimento, pois nossos parasitas renováveis de quatro em quatro anos, ao contrário dos trabalhadores brasileiros comuns, têm fins de semana prolongados. Deve ser para espairecer junto às respectivas famílias, pelo árduo trabalho de terça até quinta-feira.

Essa devassa é mais do que necessária, pois nesses 16 anos de governos petistas, o INSS virou moeda de troca, sendo promovida uma verdadeira sangria desatada. Posso falar de cadeira, pois fui perito médico nessa época e convivi com os mandos e desmandos que partiam do antigo ministério da Previdência Social.

Não se passava um dia em que não fossem distribuídas para as agências ordens de serviço e portarias com o único objetivo de dificultar a vida dos funcionários administrativos e peritos, favorecendo segurados. Chegou-se ao cúmulo de se permitir uma nova perícia, no mesmo dia, se o segurado ao receber alta ou tivesse um benefício negado, pudesse recorrer da decisão médica; e o que é mais grave, sempre amparado por um judiciário mancomunado com o status quo vigente.

Eu mesmo fui campeão de intimações judiciais, por cumprir minhas tarefas de maneira profissional e não pelos ditames da governança da época. É preciso ter em mente, sempre, que segurado em benefício previdenciário não pode ser considerado como desempregado. Por isso, os baixíssimos índices de desemprego dos governos de Luís Inácio e Dilma Rousseff.

O governo Bolsonaro está sendo torpedeado e atrapalhado por uma grande parte de deputados federais e senadores, muito mais preocupados com interesses pessoais do que com a estabilidade e governabilidade da nação brasileira. Já está mais do que provado, por economistas renomados, que a nossa atual previdência está fadada ao colapso financeiro, em muito pouco tempo.

De acordo com uma entrevista de Fernanda Cruz, repórter da Agência Brasil São Paulo, “ainda que impopulares, as medidas para evitar que a Previdência Social enfrente um grande desequilíbrio entre gasto e receita em 2030 são necessárias e precisam ser planejadas desde agora”, segundo alertou o pesquisador Kaizô Iwakami Beltrão, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Entre as mudanças que defendeu, estão o fim da aposentadoria por tempo de contribuição e a imposição de idade mínima para acesso ao beneficio. ''Acho que todas as medidas são impopulares, mas se não houver uma redução dos benefícios agora, o sistema está fadado a entrar em colapso'', disse ele.

Mas o que vemos é uma oposição mais preocupada em impedir toda e qualquer ação do atual governo, pois se elas derem certo, jogará por terra toda a lavagem cerebral por que passou uma parcela importante da sociedade brasileira. Mostrará que o socialismo moreno não passou de uma farsa. Mesmo a reforma administrativa, com a redução do número dos ministérios de 39 (número do segundo governo Dilma, de acordo com a Wikipédia) para 22, só foi aprovada após muita celeuma e a exigência de que a Coaf saísse da alçada do Ministério da Justiça e fosse para o da Economia. Era para fugir de Sérgio Moro e sua conhecida ojeriza por corruptos. Mais uma vez, os interesses pessoais estão acima dos interesses nacionais.

Quando será que esses congressistas fajutos vão entender que eles foram eleitos para atender a sociedade como um todo, jamais para brigar por interesses pessoais, muitas vezes escusos. Algo tem de ser mudado na atual estrutura da democracia brasileira, pois a cada ano que passa ela vai perdendo o seu objetivo, de acordo com sua definição: Democracia é o regime político em que a soberania é exercida pelo povo.

A palavra democracia tem origem no grego demokratía que é composta por demos (que significa povo) e kratos (que significa poder). Neste sistema político, o poder é exercido pelo povo através do sufrágio universal. No Brasil, será?

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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