Botafogo e Palmeiras, meus times do coração

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

As minhas homenagens à Sociedade Esportiva Palmeiras que no último domingo, 25, levantou a taça do Campeonato Brasileiro de 2018. É a maior vencedora desse torneio, sendo esse o seu décimo título, aliás, conquistado com méritos daqueles que são incontestáveis. Com a vitória sobre o Vasco da Gama, o Palmeiras completou 22 rodadas invicto, com 16 vitórias e seis empates. Ao longo do campeonato foram apenas quatro derrotas, com 61 gols marcados e 24 sofridos, portanto até a penúltima rodada do Brasileirão, é o ataque mais positivo e a defesa menos vasada.

Poderão me perguntar o porquê de exaltar o verdão paulista, sendo eu carioca e botafoguense assumido. Mas tudo na vida tem uma explicação e, por incrível que possa parecer, também sou palmeirense desde pequeno. Meu pai era paulistano, torcedor do São Paulo e botafoguense, no Rio de Janeiro. Aqui, segui sua escolha e me tornei apaixonado pelo time da estrela solitária, mas discordei dele na capital paulista e fiz minha opção pelo Palmeiras.

Durante o primeiro e segundo graus e um bom período, na faculdade de medicina, meu fichário tinha um escudo do Palmeiras à direita e do Botafogo à esquerda. Segui a tradição de uma parte da família ao escolher o antigo Palestra Itália Paulista. Que me desculpem os amigos rubro-negros, seria um injustiça se ao final da maior competição do futebol brasileiro, o Flamengo fosse o campeão. Seu time é inferior e seu desempenho ao longo da competição oscilou muito, com a perda de pontos ditos irrecuperáveis e sem a regularidade digna de um campeão.

Se o domingo foi de comemoração para os palmeirenses, a segunda-feira foi um misto de tristeza e alegria para nós botafoguenses. Isso porque seu maior ídolo da atualidade, o goleiro Jefferson despediu-se dos gramados, encerrando sua vitoriosa carreira, no estádio Nilton Santos, defendendo o gol alvinegro. Com duas passagens pelo clube da estrela solitária, de 2003 a 2005 e de 2009 a 2018, é o terceiro jogador que mais vestiu a camisa do Botafogo (458 jogos) ficando atrás apenas de Nilton Santos com 719 e de Garrincha com 614. Aliás, ambos são considerados os maiores ídolos do time de General Severiano, sendo que Nilton Santos nunca vestiu a camisa de outro clube, somente o da seleção brasileira com a qual foi bi campeão mundial.

Ao contrário de Mané Garrincha e de Nilton Santos, Jefferson é um ídolo de hoje, do século 21. Apesar de não ser considerado o melhor goleiro a defender o gol botafoguense, Manga e Wendell ou Cao estão na sua frente, sua dedicação, sua liderança em campo, seu caráter o fazem ter, a partir do momento em que descalçou as luvas, um lugar de destaque na galeria dos grandes ídolos alvinegros, e não foram poucos.

Lembro-me que em 2014 a torcida alvinegra sofreu com o segundo rebaixamento do clube para a série B do brasileirão. Jefferson já era considerado o melhor goleiro do Brasil e titular da seleção brasileira e seu contrato estava para se findar sendo ele cobiçado por grandes clubes brasileiros e pelo Milan, da Itália. No entanto, sua opção foi renovar seu contrato e sua presença foi fundamental para o título da série B de 2015 e o consequente retorno do Botafogo à elite do futebol brasileiro.

No dia de sua despedida dos gramados, Jefferson levou 28 mil torcedores ao estádio; apesar da vitória do Fogão por 2 a 1 sobre o Paraná Clube, o resultado era o que menos interessava. Afinal, estavam todos ali para dar adeus a seu ídolo. Assim como prestei minhas homenagens ao Palmeiras pela conquista do Brasileirão 2018, deixo gravado aqui meu muito obrigado a Jefferson pelo goleiro que foi e pelo homem que é. Tenho certeza que a imensa torcida alvinegra também pensa como eu.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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