Lá em cima

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Para pensar:

“Os resultados das armas são sempre incertos e temíveis.”

Cícero

Para refletir:

“Recomeça... se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances, não descanses, de nenhum fruto.”

Miguel Torga

Lá em cima

A correria dos últimos dias resultou num pequeno acúmulo de pautas relativas a esferas superiores, mas que, em maior ou menor grau, nos afetam aqui também.

Tentemos colocar os assuntos em dia, portanto.

UFF

Comecemos pela UFF, dada a ligação direta com Nova Friburgo.

A maior universidade brasileira em número de alunos deu um belo espetáculo de cidadania na noite desta quarta-feira, 8, levando cerca de dez mil pessoas às ruas de Niterói, em protesto ao inaceitável contingenciamento de recursos imposto pelo governo federal.

Aqui em Nova Friburgo, alunos e membros da comunidade acadêmica da UFF também se manifestaram, e encontram neste espaço apoio irrestrito.

Alvo errado

A este respeito, talvez seja válido lembrar que a redução de investimentos já ocorre há vários anos e governos, e que tivemos greves longas e custosas também em governos petistas.

Há, portanto, que se retirar o extremismo da equação e reconhecer com isenção que o movimento mais recente foi severo e arbitrário demais, além de envolto em notícias falsas claramente mal-intencionadas.

O que está acontecendo é um absurdo, e afeta a todos nós.

STF e Alerj

Os leitores devem ter acompanhado na quarta-feira, 8, que a mudança do voto do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, fez com que o plenário da Corte decidisse por maioria estender a possibilidade de imunidade de prisão a deputados estaduais.

Ou seja: as assembleias estaduais podem agora reverter ordem de prisão dada pelo Judiciário contra parlamentares estaduais.

Ecos serranos

Ora, tal decisão nos diz respeito diretamente, na medida em que Nova Friburgo é atualmente representada no parlamento estadual pelo deputado Sérgio Louback (PSC), suplente de Chiquinho da Mangueira, justamente um dos deputados eleitos que se encontram detidos.

Ainda que, neste caso específico, haja também uma questão de saúde envolvida, a decisão abre uma via que pode, ao menos em tese, redundar na perda de representação friburguense na Alerj.

Diante da surpreendente reviravolta, a coluna entrou em contato com Louback a fim de apurar se existe alguma movimentação na Alerj no sentido de reverter tais ordens de prisão.

Aspas (1)

“No meu entendimento minha situação não muda em nada, porque o cenário político está muito difícil e não há clima para que o presidente coloque em pauta uma situação como esta. Até porque, se o fizer, dificilmente vai ser aprovado. Hoje a Assembleia é outra, há uma quantidade grande de deputados em primeiro mandato. É um cenário muito improvável, que seria muito desgastante para a Casa. Mesmo que os advogados dos que estão detidos façam algum movimento nesse sentido, e mesmo que consigam levar a votação, dificilmente vai ser aprovado. Estou muito tranquilo”, avaliou Louback.

Voz incômoda

Autoridade nacional no que se refere a levantamento e análise de dados pertinentes à segurança pública, a friburguense Ilona Szabó não deixou de se manifestar a respeito do polêmico decreto presidencial 9.785, de 7 de maio de 2019, que facilita o acesso e o porte de arma de fogo a diversas categorias.

Contudo, à época de sua manifestação, que a coluna reproduz abaixo, ainda acreditava-se que ela afetaria apenas os chamados CACs.

O depoimento evidencia por que tantos se esforçam por limitar o alcance de sua voz.

Aspas (2)

“É muito preocupante e lamentável ouvir do presidente da República que suas medidas prioritárias não têm o intuito de melhorar a segurança pública. O decreto dos CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) amplia privilégios de poucos em detrimento da proteção da sociedade como um todo. Atrapalha os objetivos do Ministério da Justiça e Segurança Pública e Defesa e potencialmente amplia as fontes de armas e munição para o crime.”

Consulta

Para encerrar por hoje, vejam só essa.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC 56), de autoria do sr. Rogério Peninha Mendonça, pretende acrescentar o artigo 115 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, visando prorrogar os mandatos dos atuais prefeitos, vice-prefeitos e vereadores até 31 de dezembro de 2022, unificando assim as eleições gerais e as eleições municipais.

E aí, o que os (e)leitores pensam da ideia?

Mais dois anos?

A coluna entende, claro, que a ideia tem pouquíssimas chances de frutificar, por diversos motivos.

Entre eles, basta imaginar o tempo de campanha que cada candidato teria num cenário como este, e o quanto seria prejudicada a capacidade do eleitor de se familiarizar com as propostas em meio a tantas opções e tantos cargos diferentes.

Mas, vamos lá, o que os leitores pensam da ideia?

Comentários são bem-vindos.

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Massimo

Massimo

Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.

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