Para onde foi o dinheiro?

Edição de 20 e 21 de setembro de 1969
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

• Para onde foi o dinheiro? - O governo deve pesquisar, em profundidade o que existe realmente no setor do crédito. Queixam-se os comerciantes, os industriais e os que de qualquer forma trabalham em regime creditório que a “fome” por dinheiro, está atingindo a níveis jamais alcançados, perigosos à estabilidade de firmas no país. A carência, cada vez mais acentuada de capital de giro, gerada pela impontualidade de devedores e “trancamento” bancário, deixa em pânico empresas de absoluta idoneidade. Não são poucos os pedidos de concordatas que aliás sempre existiram, mas jamais nas proporções agora assinaladas. 
• Rui Mesquita fala a “O Globo” sôbre a imprensa livre - Em conferência para estudantes de Comunicação, o diretor do jornal “O Estado de São Paulo”, Rui Mesquita, afirmou que os meios de comunicação de massa são os mais eficientes instrumentos de escravização política. Quando bem manipulados pelo estado, como acontece nos primeiros registros totalitários caberá a Polícia Política apenas uma tarefa supletiva. “Nos países totalitários – frizou – os fatos existem ou deixam de existir de acordo com os interesses do poder político que os fabricam ou destróem graças à manipulação discricionária dos meios de comunicação de massa e, assim, o comportamento das sociedades totalitárias é artificialmente determinado”. Em outro trecho, Rui Mesquita aborda o problema da liberdade de imprensa, definindo a função do jornal.
• Fusão Estado Rio-Guanabara - Do nosso seminário partiram os primeiros protestos contra os negocistas que há três anos manipulam a fusão Estado do Rio-Guanabara. O assunto é por demais importante para ser equacionado na sombra de gabinetes e em escritórios de pseudos líderes classistas, mas autênticos arrivistas. Matéria de tão alta relevância, para fluminenses e cariocas somente pelas populações dos mesmos. Quando citados os governos, claro fica que os Legislativos das duas unidades federativas, na plenitude das suas prerrogativas, deverão ter atuação fundamental, livre, absoluta, na discussão dos detalhes. Além do mais, a pretendida fusão será repudiada pela consciência da totalidade dos que realmente querem bem a velha província, que formarão verdadeira cruzada cívica, no sentido de evitar que se consume o crime.    

Pílulas:

• A Sociedade Musical Campesina prepara-se para, em janeiro de 1970, festejar o seu centenário de fundação. Toda Friburgo vibrará com os 100 anos de vida da querida e tradicional banda de música – orgulho dos friburguenses. No programa das comemorações, consta a inauguração dos melhoramentos de sua sede. Para a consumação das obras é necessário que a veterana agremiação conte com a cooperação do Governador Geremias Fontes e do Secretário de Agricultura Edmundo Campelo.

Sociais:

• AVS registra os aniversários de: Sílvio César Pereira (18); Joel Namen, Mário da Silva Miranda e Noêmia Bizzotto (21); José Figueiredo (22); Sain-Clair Sette Pereira, Hélio Madureira e Marina de Souza (24); Yvette Pinto Henriques e Ana Terezinha Cardoso (25); Gloria Barbara Henze, Frederico Schirnhoffer e Karla Assis Almeida (26); Eliza Maria Miranda e Eduardo Moreira (27).