O grande disco do “ruivão” Infernal (2001) – Nando Reis e Os Infernais

segunda-feira, 20 de julho de 2015
Foto de capa

Nando Reis é um dos maiores compositores da música pop brasileira dos anos 1990 até os dias atuais. Apesar de seus grandes momentos no Titãs — a exemplo de músicas como “Família” e “O Mundo É Bão Sebastião” — foi em sua carreira solo que o cantor pôde mostrar com total liberdade sua veia de compositor. Com parceiros como Samuel Rosa e Arnaldo Antunes, o músico foi gravado por nomes como Marisa Monte, Cidade Negra e Jota Quest. Porém, a maior intérprete do cantor foi Cássia Eller, que viria a falecer em 2001, mesmo ano que “Infernal”, terceiro disco solo de Nando, foi lançado.

“Infernal” tem um repertório montado com sucessos. A maioria das faixas traz interpretações de Nando para músicas suas que foram hits na voz de outros. As gravadas por Cássia Eller, por exemplo, não soam tão parecidas com as versões da cantora. “Segundo Sol” na voz do ruivo soa mais intimista, porém com os timbres acústicos que mantêm todo o clima místico da música. Em “Infernal”, o cantor mantém o balanço do funk em uma versão mais pop e em “ECT” o destaque continua para a percussão. Outra música sua gravada por Cássia é “Fiz O Que Pude”, que sairia em seu álbum póstumo, “Dez de Dezembro”.

Para relembrar seus tempos de baixista no Titãs, Nando regrava o clássico “Marvin” em uma versão contagiante e também “Os Cegos do Castelo”, bastante focada em seu violão. Uma característica bem notável nas duas é o apelo de canção pop, com letras que atingem bem o público e refrões fáceis de decorar. Ainda sobre o Titãs, Nando traz “A Fila”, parceria sua com o guitarrista Marcelo Fromer, seu antigo parceiro de banda, que havia falecido em um acidente de carro naquele mesmo ano.
Outros momentos bons de Infernal são “A Minha Gratidão É Uma Pessoa”, uma canção bem no estilo do Nando, porém bastante “Lado B”; “Resposta”, parceria de Nando com Samuel Rosa, e “Onde Você Mora?”, em uma versão com muito mais sentimento que a gravada pelo grupo Cidade Negra.

Além de ser um álbum muito bonito, “Infernal” foi uma ótima sacada comercial, o que transformou a obra não só num ótimo disco como em um bom produto para o mercado. Nando, como sempre, consegue misturar nas faixas seu estilo acústico com letras muito bem construídas e de fácil assimilação por parte do público, uma forma infalível para o sucesso.

Infernal (2001)

Artista: Nando Reis
Produção: Tom Capone e Nando Reis
Selo: Warner Music

Músicas:
1. Infernal
2. ECT
3. A Minha Gratidão É 
     Uma Pessoa
4. Eu e Ela
5. O Segundo Sol
6. Sua Impossível Chance
7. A Fila
8. My Pledge of Love
9. Cegos do Castelo
10. Resposta
11. Onde Você Mora?
12. Fiz O Que Pude
13. Me Diga
14. Marvin

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