Nova Friburgo completa 200 anos

Eu tenho certamente mais de 200 velas para soprar em seu aniversário. Cada uma de uma memória, de uma fase, de uma experiência, de um amor. Que os leitores me perdoem fazer desse espaço um diário de lembranças afetivas, mas não poderia ser diferente. É Nova Friburgo, gente!

Nasci e fui criada em Niterói. Comecei a frequentar Nova Friburgo cedo, como todo bom niteroiense de carteirinha naquela época. Costumava ficar na casa da minha tia no centro da cidade e lá fazíamos bagunças memoráveis, eu e meus primos. Os acampamentos em colchonetes, as brincadeiras intermináveis na sala, os passeios, o teleférico, as cachoeiras do clube Caledônia e a pescaria no lago do Country Clube (sair com meu tio para escolher as varas de pescar era parte integrante da programação, bem como separar o miolo de pão como isca). Eram férias inesquecíveis.

Um dia, já entrando na adolescência e sonhando ir aos bailes de carnaval do Nova Friburgo Country Clube (não na matinê, claro, mas à noite), meus pais nos comunicaram que haviam comprado um apartamento na cidade. Era num chalé típico com mansarda, varanda e vista para um lindo pinheiral. Eu ainda não sabia à época, mas ter esse lugar em Friburgo naquele condomínio, desenharia boa parte de minha juventude e criaria laços com pessoas que fazem a diferença na minha vida até hoje (ainda contarei mais por aqui).

Da escolha dos móveis (me lembro da delícia de poder passear pela TokStok na época e poder escolher cama, mesa e abajur) ao dia da mudança, tudo parecia mágico!

Mais mágico ainda foi descobrir que íamos para esse condomínio literalmente em bando: meus tios, amigos próximos e queridos de meus pais (tios de coração) e gente amiga de Niterói. Além, é claro, dos novos amigos que faríamos lá.

Muitas velinhas devem ser sopradas na minha viva memória. Foram anos de ouro onde vivenciei na cidade todos os trâmites e exigências existentes para ser um adolescente certificado. Vivi a adolescência em todas as suas fases e facetas nessa cidade querida. Do primeiro baile ao primeiro beijo. Do primeiro porre ao primeiro crush.  Das lágrimas dramáticas de uma adolescente às risadas sem fim entre amigos.

Obrigada, Nova Friburgo. Essas 200 velas a serem sopradas são minhas também.